quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Crítica – Anatomia de Uma Queda

 

Análise Crítica – Anatomia de Uma Queda

Review – Anatomia de Uma Queda
Na superfície Anatomia de Uma Queda parece ser só uma trama investigativa ou de mistério que acompanha o julgamento de uma mulher cujo marido morre em uma queda suspeita e ela fica como única suspeita. Na verdade o filme está menos interessado no evento em si e mais em como um evento dessa natureza potencializa diferentes narrativas, juízos de valor e conjecturas que eventualmente ganham o valor de verdade apesar de assentadas em um lastro mais especulativo do que factual.

A trama gira em torno da escritora Sandra Voyter (Sandra Huller), uma mulher alemã que se muda da Inglaterra para a França a pedido do marido francês, Samuel (Samuel Theis). O casal vive em uma casa isolada e que no momento passa por reformas. Um dia enquanto Samuel conserta o teto da casa e Sandra estaria dormindo, ele cai do alto da casa e morre, sendo encontrado por Daniel (Milo Machado Graner), o filho cego do casal. Os respingos de sangue encontrados na cena, bem como o testemunho incerto de Daniel fazem a polícia suspeitar de Sandra, indiciando a escritora pelo suposto assassinato do marido.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Crítica – Argylle: O Superespião

 

Análise Crítica – Argylle: O Superespião

Review – Argylle: O Superespião
Os trailers de Argylle: O Superespião não me despertaram nenhum interesse em assistir o filme. Ainda assim, tinha alguma esperança que pudesse ser bacana pela condução de Matthew Vaughn. Tendo visto o filme, porém, posso dizer os trailers dão uma impressão errada do produto final. Na verdade ele é ainda pior e mais estúpida.

A trama é protagonizada por Elly (Bryce Dallas Howard), escritora responsável por criar o personagem literário Argylle (Henry Cavill) que se tornou um sucesso mundial. Durante uma viagem de trem ela é abordada pelo espião Aidan (Sam Rockwell) e descobre que seus livros narravam uma conspiração internacional verdadeira. Agora ela e Aidan correm contra o tempo para encontrar um arquivo que irá expor uma unidade de espiões renegados dentro da CIA.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Crítica – O Mal Que Nos Habita

 

Análise Crítica – O Mal Que Nos Habita

Review – O Mal Que Nos Habita
Faz tempo que um filme de terror me deixa com um senso tão forte de que os personagens estão cercados por uma presença maligna tão potente que não há esperança de sobrevivência. A produção argentina O Mal Que Nos Habita não apenas é eficiente em nos fazer sentir o poder do mal, mas como o mal se espalha no mundo justamente por conta das ações humanas.

A narrativa acompanha os irmãos Pedro (Ezequiel Rodríguez) e Jimi (Demián Salomón) que vivem em uma cidade pequena no interior da Argentina. Quando eles descobrem que uma pessoa da vila foi infectada por forças demoníacas e está prestes a gerar um demônio, eles decidem mover o sujeito da cidade na esperança de livrar o local da influência maligna. A ação, no entanto, só faz o mal se espalhar por suas vidas.

O filme é inteligente ao definir alguns parâmetros de como essas entidades malignas agem para que saibamos exatamente do que ter medo e quais situações são perigosas ao mesmo tempo em que evita explicar demais ou criar uma mitologia muito aprofundada ao ponto em que não há mais o mistério ou incerteza quanto ao desconhecido. Entendemos como esse mal age manipulando os medos das pessoas enquanto simultaneamente soa como algo que escapa nossa compreensão plena, mantendo um grau de imprevisibilidade que é importante para nos deixar imersos nos horrores que o filme nos apresenta.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Crítica – Pobres Criaturas

 

Análise Crítica – Pobres Criaturas

Review – Pobres Criaturas
Uma mulher artificial sai de sua existência protegida para experimentar o mundo real e vivencia os desafios de uma mulher. Essa é a premissa de Barbie (2023), mas se aplica também a Pobres Criaturas, novo filme do diretor grego Yorgos Lanthimos. Como em outros filmes do realizador, a trama é permeada por um olhar ácido sobre a existência humana e um senso de humor bastante sombrio.

A trama é focada em Bella (Emma Stone), uma garota criada pelo cientista Godwin (Willem Dafoe) a partir de um cadáver reanimado. De início Bella é como um bebê, andando com dificuldade e balbuciando algumas poucas palavras. Com o tempo, porém, ela vai se desenvolvendo rapidamente e Godwin contrata o jovem médico Max (Ramy Youssef) para monitorar o progresso de Bella. A jovem, no entanto, se cansa da existência excessivamente protegida e decide fugir da mansão de Godwin, iniciando uma viagem pelo mundo.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Drops – Rustin

 

Crítica – Rustin

Review – Rustin
Às vezes boas intenções não são o suficiente para sustentar um produto artístico. Rustin, filme produzido pela Netflix que visa resgatar um ícone esquecido do movimento negro e da luta pelos direitos civis dos Estados Unidos. A narrativa conta a história de Bayard Rustin (Colman Domingo) um dos responsáveis por organizar a marcha de Martin Luther King (Aml Ameen) para Washington e que foi deixado de fora do registro histórico por ser homossexual.

O filme traz um resgate histórico importante, dando devido valor a uma figura fundamental para as mudanças nos direitos civis do país, o problema é que a produção parece mais interessada nos pormenores da organização da marcha do que propriamente falar sobre Rustin e sua trajetória. Muito do filme se passa em longas reuniões discutindo logística, segurança ou financiamento para os manifestantes, sobrando pouco tempo para entender o seu biografado.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Reflexões Boêmias – Melhores filmes de 2023

 

Best movies of 2023

Todo início de ano chega o momento de fazer um balanço do ano que passou e pensar nas experiências boas e ruins que tivemos. Com filmes não é diferente e o início do ano é um bom momento para falarmos dos melhores e piores filmes que vimos ao longo do ano que passou. Já fiz a lista de piores e agora vou relembrar os melhores de 2023. A lista leva em consideração apenas filmes lançados comercialmente no Brasil (em cinema ou streaming) ao longo do ano que passou.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Crítica – Nyad

 

Análise Crítica – Nyad

Review – Nyad
Baseado em uma história real, Nyad acompanha a nadadora Diana Nyad (Annette Benning) que aos 60 anos tentou atravessar a nado de Cuba para a Flórida, uma façanha nunca antes feita. A trama é estruturada como uma típica história de superação, mostrando como Nyad, ainda na juventude, tentou e fracassou no feito e se tornou obcecada em conseguir a façanha desde então. As noções de nunca desistir, de persistir em seus sonhos são as ideias centrais da narrativa que não parece muito interessada em entender o porquê de Nyad desejar com tanto afinco realizar esse feito.

A narrativa se detém mais nos pormenores da façanha do que aconteceu em cada tentativa e como ela planejou suas tentativas ao lado da melhor amiga Bonnie (Jodie Foster) e uma equipe de apoio que cresce a cada novo esforço de realizar seu empreendimento audaz, de navegadores a socorristas passando por especialistas em predadores marinhos. A produção é eficiente em construir a tensão e senso de risco de nadar em mar aberto, com animais marinhos e mudanças de corrente posando riscos constantes e imprevisíveis. Nesse sentido, a maquiagem acaba sendo um meio de ilustrar o desgaste físico de Nyad, mostrando como ficar dezenas de horas no mar e sob o sol fazem com a pele de uma pessoa.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Conheçam os indicados ao Oscar 2024

 

2024 Oscar Nominees

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou hoje (23) os indicados ao Oscar 2024. Oppeheimer lidera em indicações com 13 menções, enquanto que Pobres Criaturas e Assassinos da Lua das Flores ficaram em segundo e terceiro lugar com 11 e 10 indicações respectivamente. Barbie recebeu 8 menções. A cerimônia de premiação acontece em 10 de março e ainda não tem um apresentador definido. Confiram abaixo a lista completa de indicados.

 

Crítica – Reacher: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Reacher: Segunda Temporada

Review – Reacher: Segunda Temporada
Os livros de Jack Reacher são como um feijão com arroz bem temperado. Sim, é uma comida básica, mas satisfaz por trabalhar bem seus ingredientes. Os livros escritos por Lee Child não fazem muito para desafiar elementos típicos da literatura de suspense, apenas os executem com competência suficiente para nos manter interessados. O mesmo vale para a série Reacher, que adapta os livros.

Se o primeiro ano se baseou no primeiro romance protagonizado pelo personagem, a segunda temporada adapta do décimo primeiro livro do investigador militar. É fácil entender o salto, já que esse é considerado um dos melhores livros da série e dá ao espectador a oportunidade de aprender muito sobre o passado do personagem ao fazê-lo se reencontrar com membros de sua antiga unidade do exército.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Crítica – Vidas Passadas

 

Análise Crítica – Vidas Passadas

Review – Vidas Passadas
Nossa concepção de amor romântico gira muito em torno da noção de “alma gêmea”, da ideia de que num mundo com bilhões de pessoas existe uma única pessoa que está destinada a nós e que quando a conhecermos sentiremos um amor tão arrebatador que não teremos outra reação que não perceber que essa é nossa “alma gêmea”. Vidas Passadas, no entanto, indaga sobre essa concepção pensando o quanto do amor e de relacionamentos são uma questão de um momento ideal, de encontrarmos uma pessoa em um tempo específico e em um momento específico e dessa conveniência espaço-temporal que surgiria um relacionamento duradouro. Quando algo não se encaixa, mesmo quando há amor, muitas vezes a relação pode não ir adiante e essas pessoas podem seguir caminhos diferentes, construir vidas com outras pessoas.

A trama é protagonizada por Nora (Greta Lee), uma mulher coreana que imigrou para o Canadá quando tinha doze anos, deixando para trás sua paixão de infância, Hae Sung (Teo Yoo). Alguns anos depois Nora reencontra Hae Sung pela internet e eles retomam a conexão de juventude, mas eles estão por demais focados em seus cotidianos e não tem meios para se reencontrarem presencialmente, então Nora decide se afastar um pouco e dar atenção a carreira que está começando nos Estados Unidos. Algum tempo depois Nora se casa com o escritor Arthur (John Magaro) e anos se passam até que ela retome contato com Hae Sung, que decide ir aos Estados Unidos para vê-la.