Divulgado como o último filme do venerável Hayao Miyazaki, O Menino e a Garça foi lançado nos
cinemas japoneses sem qualquer trailer, apenas com um pôster para dar alguma
noção do que seria. Até o lançamento no ocidente saíram alguns trailers, mas
preferi assisti-lo sem ver nada, aberto a qualquer coisa que Miyazaki colocasse
diante de mim e sem saber o que esperar.
A trama se passa no Japão da década de 1940 e acompanha
Mahito, um garoto que perde a mãe em um bombardeio em sua vila durante a
Segunda Guerra Mundial. Ele é então mandado para morar com o pai e sua nova
esposa, que está grávida. Mahito tem dificuldade de se adaptar a essa nova vida
e as coisas começam a ficar estranhas quando uma garça que habita o lago da propriedade
começa a falar com ele e chamá-lo para uma torre em ruínas próxima que é alvo
de lendas dos moradores locais. Ao entrar na torre Mahito é levado para um
estranho universo paralelo e agora precisa sobreviver às ameaças e voltar para
casa.
Em termos de games de luta, sempre fui mais próximo de jogos
2D como Street Fighter ou Mortal Kombat do que jogos 3D tipo Tekken ou Soul Calibur. Joguei um pouco de Tekken 3 no primeiro Playstation, mas nunca tive muita proximidade.
Só em Tekken 7 que retornei à série,
pegando a edição definitiva em promoção, e isso renovou meu interesse por esse
universo e acabei me empolgando para jogar Tekken
8. Tendo passado um bom tempo com o game, posso dizer que ele me pegou
tanto pelas mecânicas de lutas quanto pela variedade de modos.
Modos
Como muitos games de luta recentes, Tekken 8 tem um modo história bem cinematográfico que narra a trama
principal do jogo. A trama é focada em Jin e em seu conflito com Kazuya. Se em Tekken 7 Jin ficou à margem da trama
principal e suas ações em Tekken 6
quase não repercutiam, aqui a narrativa coloca o personagem para confrontar
suas ações e o fato de que ele basicamente cometeu genocídio em escala global
no sexto jogo por influência de seu lado demoníaco. A narrativa trata do
percurso de Jin em entender seu lugar no mundo, enfrentar seu passado e aceitar
a ajuda dos aliados para deter a ameaça de Kazuya.
Se em games como Mortal Kombat 1 a trama te faz saltar rapidamente de um personagem para outro,
aqui você controla Jin durante boa parte do tempo. A escolha te ajuda a dominar
a quantidade enorme de movimentos do personagem ao invés de sair de um para
outro tendo que parar as lutas o tempo todo para checar os movimentos. Ainda
assim, a história na deixa de oferecer variedade, incluindo um capítulo
envolvendo uma batalha campal que te coloca para controlar diferentes
personagens contra múltiplos oponentes lembrando o modo beat’em up Tekken Force em Tekken
3. A narrativa acerta no drama entre Jin e Kazuya, na grandiloquência dos
embates e também nos momentos de humor. O embate final entre Jin e Kazuya é uma
competente apoteose da jornada desses personagens até aqui, com Jin transitando
entre os diferentes estilos de luta que teve ao longo do tempo.
Além da história principal, o jogo também tem os episódios
de personagem. São campanhas breves, com cerca de cinco lutas cada, que
introduzem a trama de cada personagem e lhe dão um final. Esses desfechos são
não canônicos na maioria das vezes, mas seguem o histórico de Tekken de serem
mais puxados para o humor, como os finais de Kazuya ou Kuma. O jogo ainda
apresenta um modo árcade mais tradicional com o jogador enfrentando uma
sequência de oponentes aleatórios até chegar a um chefão (como Devil Kazuya ou
Azazel). Nesse modo não há finais de personagem, mas há mais variedade de
oponentes que nos episódios de personagem.
Outro modo single player de destaque é o Missão Arcade, no
qual o jogador cria um avatar de personagem e embarca em uma trama para se
tornar um jogador campeão de Tekken 8.
A trama é simplória, mas ao menos acerta ao lembrar que o mais importante é se
divertir e que não existe um jeito certo de ser fã de Tekken ou qualquer outro game. Nesse modo o jogador transita por
diferentes fliperamas desafiando oponentes e participando de torneios até
chegar no campeonato nacional para enfrentar seu rival. O modo é mais curto do
que eu esperava, mas faz um ótimo trabalho de introduzir aos poucos as
mecânicas de Tekken 8 ensinando como
lançar um oponente no ar, estender combos ou punir adversários. Quem é
iniciante recebe uma série de ferramentas para se acostumar às diferentes
mecânicas.
Essa amplitude de ferramentas também está presente no modo
treino, que além das funções que se tornaram padrão em games de luta, como
dados de frames ou desafios de combo, oferece a oportunidade de assistir
replays de suas partidas e receber dicas de como poderia ter reagido em
determinados momentos da luta para ser mais eficiente. O jogador pode então
assumir o controle de seu personagem no replay e treinar os golpes sugeridos. É
uma ferramenta fantástica que permite compreender e refinar cada ação e escolha
que fazemos a cada momento da luta.
O modo Super Ghost Battle é outro meio para o jogador
refinar seu domínio do jogo, permitindo que ele lute contra um “fantasma”
criado a partir de seus próprios dados de combate, lutando de uma maneira que
replica seu estilo de lutar, e também contra os fantasmas de outros usuários,
dando a oportunidade de aprender a derrotar um determinado oponente que te
venceu em partidas online. O modo também oferece algumas lutas contra fantasmas
da CPU, que vão aprendendo a te enfrentar quanto mais você luta contra eles.
Mecânicas
A estrutura dos combates segue similar à de Tekken 7, mas com algumas adições
significativas. A principal delas é a barra de Heat que pode ser ativada de
diferentes maneiras, colocando o lutador temporariamente em Heat Mode. Durante
esse período os golpes causam mais dano e tiram vida do oponente mesmo em
bloqueio. O lutador também tem acesso a alguns movimentos que gastam toda a
barra de Heat de vez, como os Heat Smashs que causam dano alto ou Heat Dashes,
que permitem correr para o adversário depois de jogá-lo para longe, estendendo combos
que não poderiam ser normalmente estendidos.
Causar dano durante Heat Mode amplia a duração do efeito,
enquanto que tomar dano diminui. Isso estimula a agressividade ao mesmo tempo
em que adiciona um componente estratégico, afinal usar o modo no momento errado
significa desperdiçá-lo. Como o jogo lhe dá uma barra cheia de Heat no início
de cada round, o usuário é sempre estimulado a usar e experimentar com ela.
Outro elemento que estimula um estilo de jogo mais agressivo é a adição de vida
recuperável. Tomar dano deixa espaços cinzentos na barra de vida e causar dano
recupera um pouco da vida desses espaços cinzentos, ajudando o lutador a ter
uma sobrevida e dando mais estímulo para manter a ofensiva. As Rage Arts
retornam de Tekken 7 e continuam sendo
um meio de virar a mesa contra o oponente em momentos de sufoco liberando um
ataque poderoso que causa dano altíssimo.
A variedade de mecânicas e de golpes por personagem pode
parecer inicialmente intimidadora no começo, mas é muito recompensador quando
você começa a dominar um personagem e fazer longos combos. Tekken 8 oferece expressivos 32 personagens em seu lançamento, uma
quantidade considerável levando em conta que outros games de luta recentes
lançaram com cerca de 20. Se você é iniciante e se sente intimidado com a
complexidade das mecânicas, o jogo oferece um esquema de controle simplificado
que pode ser ativado ou desativado quando você quiser, bastando apertar L1
(isso no controle do PS5). Ao fazer isso é possível encaixar combos apertando um
botão, realizar golpes especiais com outro, um é dedicado a arremessos e golpes
agachados e daí por diante. É uma maneira de deixar jogadores pouco experientes
terem acesso a movimentos avançados, mas não chega a substituir o domínio pleno
das mecânicas já que o número limitado de golpes desse esquema simplificado
torna o lutador previsível e fácil de contra atacar por um usuário experiente.
Online
O jogo oferece duas maneiras de nos relacionarmos com seus
componentes online. Podemos entrar nos lobbies virtuais nos quais controlamos
nosso avatar e encontramos diretamente os outros jogadores logados no servidor,
podendo interagir com eles e chamá-los para partidas ou fazer isso através de
menus, sem precisar navegar pelos espaços virtuais. No online encontramos as típicas partidas
ranqueadas e partidas casuais, além da possibilidade de criar salas e disputar
com grupos de amigos. Nas salas de batalha chama a atenção a impossibilidade de
assistir batalhas de outros jogadores caso não seja sua vez de lutar ou entrar
no modo de treino, uma omissão estranha considerando que nos lobbies virtuais é
possível assistir a luta de qualquer jogador que você encontre e acessar
livremente o treino enquanto espera uma partida. Tekken Ball, o aloprado modo
que mistura lutas e vôlei pode ser disputado tanto off-line quanto online.
Em geral o netcode foi bem estável sempre que eu joguei com
oponentes no Brasil, independente deles estarem jogando em PS5, PC ou outro
console (o jogo tem crossplay). Mesmo contra pessoas de outros países as
partidas fluíram bem contra oponentes que tivessem boas conexões. As lutas
online são bem mais suaves do que em Tekken
7 e o jogo te dá várias opções de como ajustar sua conectividade, delay de
frames e uma série de outros elementos para que você ajuste sua experiência
online.
Como em outros jogos da franquia, é possível encontrar
múltiplas opções de customizar a aparência de seus personagens, de skins a
diferentes peças de roupa individuais ou mudança do retrato na tela de seleção.
Todos os itens são desbloqueados com a moeda virtual obtida completando lutas
(on ou off-line) e o game é bem generoso com sua moeda virtual, permitindo
desbloquear tudo que você quer sem longas horas de grind ou cobrando valores altos de dinheiro real como tem
acontecido em games de luta comoMortal
Kombat 1. Nem vou elogiar muito porque Street Fighter 6 também lançou sem nenhuma prática muito predatória e três meses
depois estava cobrando quase 50 reais por uma skin de personagem, então vamos esperar para ver como Tekken 8 vai se comportar.
Com uma variedade grande de modos e personagens, bom online
e combates envolventes, Tekken 8
entrega um excelente jogo de luta com conteúdo para satisfazer veteranos e
novatos.
O célebre romance de Alice Parker já tinha sido adaptado
para os cinemas por Steven Spielberg em 1985. Depois se tornou um musical da
Broadway e agora esse musical é novamente adaptado para os cinemas novamente no
eterno ouroboros que é Hollywood neste A
Cor Púrpura.
Na trama, Celie (Fantasia Barrino) uma mulher que desde cedo
sofre abusos nas mãos do pai, Alfonso (Deon Cole), e depois é forçada por ele a
se casar com o violento viúvo Mister (Colman Domingo). Além de agredir Celie e
reduzi-la a uma empregada doméstica, o marido também expulsa Nettie (Halle
Bailey) da casa da família, privando Celie do contato com a única irmã. Ao
longo dos anos, Celie encontra em outras mulheres da vizinhança o apoio e
conforto para suportar os maus tratos do marido.
O filme acerta ao situar os números musicais de Celie como
parte de sua imaginação, fazendo esses momentos funcionarem como uma fuga dela
de sua realidade dura, ajudando a entender como ela se mantem suportando tudo
aquilo. Por outro lado, nem todos os números musicais funcionam tão bem. A cena
de Sofia (Danielle Brooks) deixando o marido basicamente só faz musicar o
diálogo original e acaba carecendo de um certo senso de espetáculo, diferente
dos números que envolvem Celie.
O título desse Reality
parece fazer um jogo duplo. Primeiramente ele parece se referir à sua
protagonista, a tradutora Reality Winner (Sydney Sweeney), alvo de uma operação
do FBI. Em uma segunda análise, pode também se referir à realidade de sua
história, baseada em eventos reais e o compromisso do filme em aderir ao
realismo da história que conta. Adaptando a própria peça de teatro Is This a Room? a diretora Tina Satter
constrói todo o filme em tempo real reproduzindo os diálogos a partir das
gravações que o FBI fez durante todo o interrogatório de Reality.
A trama é foca em Reality Winner, uma tradutora de persa que
trabalha para uma empresa que presta serviços à NSA. Um dia, chegando em casa,
ela encontra agentes do FBI esperando por ela. De início ela pensa se tratar de
alguma checagem de rotina considerando a natureza confidencial de seu trabalho
na NSA e necessidade de atualizar suas credenciais de segurança. Conforme os
dois agentes que lideram a operação começam a fazer perguntas, a tradutora se
dá conta de que o propósito do FBI em sua residência é bem mais severo.
Alguns filmes nos ganham não por terem uma trama inovadora,
mas pela construção visual de seu universo e o espetáculo que ele proporciona.
Os filmes de James Cameron (como a franquia Avatar) certamente se encaixam
nessa categoria, assim como os filmes do John Wick. Resistência, novo filme de Gareth Edwards (de Godzilla e Rogue One),
quase se encaixa nessa categoria se sua trama não fosse tão aderente a clichês
ao ponto de se tornar entediante e suas pretensões de discutir noções de pós
humanismo não fossem tão simplórias.
A trama se passa em um futuro no qual a humanidade
desenvolveu robótica muito cedo e inteligências artificiais viviam entre nós
desde a segunda metade do século XX. Quando uma bomba nuclear explode em Los
Angeles, a humanidade declara guerra às IAs, que se concentram no sul da Ásia
devotadas à figura de Nirmata, o seu criador. Joshua (John David Washington) é
um militar dos Estados Unidos colocado para se infiltrar em linhas inimigas e
descobrir a identidade de Nirmata, mas acaba se apaixonando por Maya (Gemma
Chan). Maya é morta em um ataque dos EUA e Joshua deixa o serviço. Isso até o
exército lhe mostrar imagens de que Maya poderia estar viva, pedindo ao soldado
que volte ao Vietnã não apenas para localizar Maya, mas para encontrar uma
suposta arma poderosa criada por Nirmata que poderia destruir o sistema de
defesa dos EUA. A tal arma, porém, se revela como Alphie (Madeleine Yuna
Voyles), uma criança híbrida entre humano e IA.
Depois que Mestres do Universo: Salvando Etérniame pegou de surpresa com a maturidade com a qual
trabalhava seus personagens e trazia transformações significativas para o
universo da trama e os protagonistas, estava curioso para ver o que o produtor
e roteirista Kevin Smith faria com os ganchos deixados pela série. O resultado
é esse Mestres do Universo: A Revolução,
que entrega uma aventura mais tradicional do He-Man e passa longe da ousadia da
série anterior.
A trama continua do ponto em que a anterior parou. Esqueleto
se reconstruiu usando tecnologia e ajuda Hordak e sua horda a invadirem
Eternia. Enquanto isso Adam lida com a morte do pai e se divide entre seu papel
de herói e a possibilidade de ser Rei. Teela tenta usar seus poderes de
feiticeira para recriar Preternia de modo que as almas dos heróis caídos tenham
para onde ir.
A impressão é que muito dessa nova série foi pensado em
resposta às reações negativas de fãs à série anterior e o quanto ela mexia com
o status quo desse universo (o que
era seu melhor atributo na minha opinião, afinal bons personagens se
transformam com o tempo). Aqui, durante boa parte dos cinco episódios, não
temos qualquer tentativa de mexer na fórmula ou na dinâmica entre os personagens,
entregando uma aventura mais típica de He-Man contra o Esqueleto sem muito
desenvolvimento para os personagens.
Na superfície Anatomia
de Uma Queda parece ser só uma trama investigativa ou de mistério que
acompanha o julgamento de uma mulher cujo marido morre em uma queda suspeita e
ela fica como única suspeita. Na verdade o filme está menos interessado no
evento em si e mais em como um evento dessa natureza potencializa diferentes
narrativas, juízos de valor e conjecturas que eventualmente ganham o valor de
verdade apesar de assentadas em um lastro mais especulativo do que factual.
A trama gira em torno da escritora Sandra Voyter (Sandra
Huller), uma mulher alemã que se muda da Inglaterra para a França a pedido do
marido francês, Samuel (Samuel Theis). O casal vive em uma casa isolada e que
no momento passa por reformas. Um dia enquanto Samuel conserta o teto da casa e
Sandra estaria dormindo, ele cai do alto da casa e morre, sendo encontrado por
Daniel (Milo Machado Graner), o filho cego do casal. Os respingos de sangue
encontrados na cena, bem como o testemunho incerto de Daniel fazem a polícia
suspeitar de Sandra, indiciando a escritora pelo suposto assassinato do marido.
Os trailers de Argylle:
O Superespião não me despertaram nenhum interesse em assistir o filme. Ainda
assim, tinha alguma esperança que pudesse ser bacana pela condução de Matthew
Vaughn. Tendo visto o filme, porém, posso dizer os trailers dão uma impressão errada
do produto final. Na verdade ele é ainda pior e mais estúpida.
A trama é protagonizada por Elly (Bryce Dallas Howard),
escritora responsável por criar o personagem literário Argylle (Henry Cavill)
que se tornou um sucesso mundial. Durante uma viagem de trem ela é abordada
pelo espião Aidan (Sam Rockwell) e descobre que seus livros narravam uma
conspiração internacional verdadeira. Agora ela e Aidan correm contra o tempo
para encontrar um arquivo que irá expor uma unidade de espiões renegados dentro
da CIA.
Faz tempo que um filme de terror me deixa com um senso tão
forte de que os personagens estão cercados por uma presença maligna tão potente
que não há esperança de sobrevivência. A produção argentina O Mal Que Nos Habita não apenas é
eficiente em nos fazer sentir o poder do mal, mas como o mal se espalha no
mundo justamente por conta das ações humanas.
A narrativa acompanha os irmãos Pedro (Ezequiel Rodríguez) e
Jimi (Demián Salomón) que vivem em uma cidade pequena no interior da Argentina.
Quando eles descobrem que uma pessoa da vila foi infectada por forças
demoníacas e está prestes a gerar um demônio, eles decidem mover o sujeito da
cidade na esperança de livrar o local da influência maligna. A ação, no
entanto, só faz o mal se espalhar por suas vidas.
O filme é inteligente ao definir alguns parâmetros de como
essas entidades malignas agem para que saibamos exatamente do que ter medo e
quais situações são perigosas ao mesmo tempo em que evita explicar demais ou
criar uma mitologia muito aprofundada ao ponto em que não há mais o mistério ou
incerteza quanto ao desconhecido. Entendemos como esse mal age manipulando os
medos das pessoas enquanto simultaneamente soa como algo que escapa nossa
compreensão plena, mantendo um grau de imprevisibilidade que é importante para
nos deixar imersos nos horrores que o filme nos apresenta.
Uma mulher artificial sai de sua existência protegida para
experimentar o mundo real e vivencia os desafios de uma mulher. Essa é a
premissa de Barbie (2023), mas se
aplica também a Pobres Criaturas,
novo filme do diretor grego Yorgos Lanthimos. Como em outros filmes do
realizador, a trama é permeada por um olhar ácido sobre a existência humana e
um senso de humor bastante sombrio.
A trama é focada em Bella (Emma Stone), uma garota criada
pelo cientista Godwin (Willem Dafoe) a partir de um cadáver reanimado. De
início Bella é como um bebê, andando com dificuldade e balbuciando algumas
poucas palavras. Com o tempo, porém, ela vai se desenvolvendo rapidamente e
Godwin contrata o jovem médico Max (Ramy Youssef) para monitorar o progresso de
Bella. A jovem, no entanto, se cansa da existência excessivamente protegida e
decide fugir da mansão de Godwin, iniciando uma viagem pelo mundo.