segunda-feira, 13 de maio de 2024

Crítica – Palm Royale

 

Análise Crítica – Palm Royale

Review – Palm Royale
Estrelada por Kristen Wiig, a minissérie Palm Royale é um novelão exagerado e tem plena consciência disso. Adaptando um romance escrito por Juliet Mc Daniel, a série retrata a elite da Flórida na década de 1960, criticando a superficialidade e as hipocrisias dessas pessoas com um viés humorístico. Aviso que o texto contem SPOILERS da série.

A trama é protagonizada por Maxine (Kristen Wiig), uma ex-miss que sonha em entrar para o Palm Royale, o clube mais elitizado e seleto da Flórida. Sua chance vem quando Norma (Carol Burnett), a tia rica de seu marido tem uma embolia, deixando Maxine e o marido, Douglas (Josh Lucas), no controle dos bens dela por serem os únicos parentes vivos. Usando a riqueza de Norma, Maxine tenta entrar de qualquer jeito no mundo da alta sociedade e no clube Palm Royale.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Drops – Quem Fizer Ganha

 

Análise Crítica – Quem Fizer Ganha

Review – Quem Fizer Ganha
Filme mais recente de Taika Waititi, Quem Fizer Ganha é uma comédia esportiva povoada por personagens interessantes, mas nunca consegue fazer nada de memorável com eles. A trama se baseia na história real da seleção da Samoa Americana que tenta reconstruir o time depois de sofrer uma goleada histórica de 31 a 0 da seleção da Austrália nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. O escolhido para ajudar o time é o técnico Thomas Rongen (Michael Fassbender), um sujeito problemático que aceita o cargo porque não consegue trabalho em nenhum outro lugar no mundo do futebol.

De início pensei que fosse mais uma daquelas histórias de “salvador branco” em que o técnico branco estrangeiro chegaria nesse país pequeno e ensinaria os locais a jogarem futebol e a serem melhores com seus valores ocidentais. Felizmente a trama meio que faz o inverso disso ao fazer de Rongen o sujeito a ser salvo, já que são seus demônios internos e senso de isolamento que o fazem ter dificuldade de treinar o time. Claro, ainda é aquela típica narrativa de superação através do esporte, mas ao menos tenta evitar certos clichês colonialistas.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Crítica – Velma: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Velma: Segunda Temporada

Review – Velma: Segunda Temporada
A primeira temporada de Velma foi tão universalmente odiada que se tornou um fenômeno de hate watching, com muita gente assistindo só para conferir o que de fato ela tinha de tão ruim. Apesar de ninguém ter gostado, a quantidade de pessoas que assistiram só para falar mal garantiu que a série animada tivesse audiência suficiente para uma segunda temporada.

O segundo ano começa com a turma tentando voltar ao normal depois dos eventos do ano anterior. A tranquilidade, no entanto, dura pouco já que uma nova onda de assassinatos volta a aterrorizar a cidade, começando pela morte do xerife. Com as autoridades sem liderança, cabe a Velma e o resto da turma tentarem resolver o mistério.

Velma era uma das piores personagens da temporada de estreia. Egoísta, mesquinha, sem qualquer escrúpulo de usar os amigos sem se importar com eles e desprovida de qualidades que a redimissem, ela era uma personagem insuportável de acompanhar. Essa nova temporada some com isso e traz uma Velma que, apesar de ser irritante por sua conduta sabichona, é mais preocupada com o bem estar das pessoas ao seu redor e tem mais elementos que nos fazem torcer por ela.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Crítica – Uma Ideia de Você

 

Análise Crítica – Uma Ideia de Você

Review – Uma Ideia de Você
De início não me interessei por Uma Ideia de Você. Parecia uma reciclagem de Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) com gêneros invertidos e acrescentando a questão da idade. Resolvi dar uma chance ao ver que era dirigido por Michael Showalter, responsável por Doentes de Amor (2019) e pela minissérie The Dropout (2022), que nesses trabalhos conseguia equilibrar bem comédia, emotividade e reflexões consistentes sobre relacionamentos e sociedade. Aqui, porém, isso não acontece.

A trama é protagonizada pela galerista Solene (Anne Hathaway) uma mulher de quase 40 anos, divorciada e que tem que levar a filha para o concerto de uma boy band depois que o ex marido, Daniel (Reid Scott), desiste de levar a garota por conta de um compromisso de trabalho. Chegando no show, Solene se aproxima de Hayes (Nicholas Galitzine), um dos músicos da boy band August Moon. Dias depois, Hayes a procura em sua galeria e os dois iniciam um romance.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Crítica – Godzilla Minus One

 

Análise Crítica – Godzilla Minus One

Review Crítica – Godzilla Minus One
Quando se fala em filmes do Godzilla, muita gente lembra dos momentos mais farofa que se tornaram memes, como a imagem da criatura dando uma voadora em um monstro inimigo. A verdade, porém, é que o primeiro filme do Godzilla lançado em 1954 era uma produção séria que usava a criatura como um meio para expor o luto e o temor de um Japão arrasado pelas consequências das duas bombas atômicas disparadas contra o país. Quase 70 anos depois de sua origem, Godzilla Minus One devolve o rei dos monstros ao seu contexto original de um Japão pós Segunda Guerra para falar sobre os traumas desse período.

O filme se passa em 1947 com um Japão ainda se recuperando da guerra. Um país destruído, sem exército ou apoio internacional tendo que lidar com a ameaça atômica de Godzilla. O protagonista é Koichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki) um piloto kamikaze que, nos momentos finais da guerra, fingiu um problema mecânico em seu avião para evitar a missão suicida que lhe foi dada. Ele volta para encontrar sua cidade em ruínas, seus vizinhos o repudiam por sua desonra de não levar a cabo sua missão e ele próprio se despreza por ter fugido da guerra.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Crítica – Garotos Detetives Mortos

 

Análise Crítica – Garotos Detetives Mortos

Review – Garotos Detetives Mortos
Não conhecia os quadrinhos dos Garotos Detetives Mortos do Neil Gaiman, mas sabia que se passavam no mesmo universo de Sandman e que a série de mesmo nome da Netflix também compartilharia o mesmo universo da série estrelada por Morpheus. Assim, o que me atraiu inicialmente em Garotos Detetivos Mortos foi ver mais do universo de Sandman nas telas, ainda que a série não seja tão arrojada em suas tramas ou visuais.

A narrativa é foca em Edwin (George Rextrew) e Charles (Jayden Revri), dois jovens fantasmas que seguem no mundo dos vivos evadindo a Morte (Kirby) e ajudando outros fantasmas a lidarem com problemas sobrenaturais. Depois que a dupla fica presa a uma cidade quando Edwin arruma problema com o Gato Rei (Lukas Gage), os dois acabam estabelecendo um escritório no local ao lado da médium Crystal (Kassius Nelson) enquanto tentam encontram um meio de desfazer a maldição do Gato Rei.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Crítica – Tales of Kenzera: Zau

 

Análise Crítica – Tales of Kenzera: Zau

Eu adoro metroidvanias, mas o que me atraiu mesmo para Tales of Kenzera: Zau foi a ambientação que misturava fantasia e afrofuturismo para contar uma história inspirada em mitologias africanas. A narrativa acompanha Zau, um xamã que parte em busca de Kalunga, o deus da morte, para pedir de volta a alma de seu falecido pai. Para cumprir o desejo de Zau, Kalunga propõe um desafio: se Zau conseguir domar três poderosos espíritos que evadiram o deus da morte, Kalunga trará o pai dele de volta. Assim, o jovem xamã parte em uma jornada pela terra de Kenzera para cumprir a missão.

É uma narrativa sobre luto, a dificuldade de se despedir de pessoas amadas e lidar com sua ausência. Ao longo de sua jornada e em no contato com os espíritos fugitivos a trama nos lembra que a morte é parte natural de nossa existência e que se perder na negação, na raiva ou em outros estágios do luto é causar desarmonia na natureza. A ideia da morte como algo natural do ciclo da vida se verifica principalmente na construção de Kalunga, que é menos um ceifador digno de medo e mais um conselheiro benevolente preocupado com Zau. São temas que a trama lida com muita sensibilidade, com o diretor Abubakar Salim construindo a narrativa a partir de sua experiência real de lidar com a morte do pai. Ao longo das cerca de oito horas de jogo (tempo que levei para completar a história e coletar todos os colecionáveis) me peguei emocionado em vários momentos.

terça-feira, 30 de abril de 2024

Crítica – Love Lies Bleeding: O Amor Sangra

 

Análise Crítica – Love Lies Bleeding: O Amor Sangra

Review – Love Lies Bleeding: O Amor Sangra
A máxima de que o amor nos leva a cometer as maiores loucuras é levada aos extremos mais violentos neste Love Lies Bleeding: O Amor Sangra conforme as duas protagonistas tentam proteger uma a outra e terminam por se envolver em mais crimes a cada nova tentativa. A narrativa se passa na década de 80 e é focada em Lou (Kristen Stewart), uma jovem solitária que trabalha em uma academia e se apaixona pela fisiculturista Jackie (Katy O’Brien). Lou tem uma relação ruim com o pai, também chamado Lou (Ed Harris), que é um importante traficante de armas da região e com quem Jackie vai trabalhar como garçonete em seu bar sem saber inicialmente o quanto ele é perigoso ou o parentesco dele. Expulsa de casa e viajando a esmo pelo país enquanto tenta competir em um torneio de fisiculturismo em Las Vegas, Jackie passa boa na academia em que Lou trabalha e as duas começam a se aproximar.

É curioso que apesar de ser um romance queer passado na década de 80, a homofobia é o menor dos problemas que essas personagens enfrentam, Mesmo o pai criminoso de Lou parece não se importar com o fato dela “gostar de garotas” e como ele é um criminoso conhecido isso dá a ela certa proteção. É uma maneira de não reduzir as experiências queer a uma existência de apenas lidar com o preconceito e explorar outras histórias que podem ser contadas com esses personagens.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Crítica – Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

 

Análise Crítica – Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

Review – Xógum: A Gloriosa Saga do Japão
Adaptando o romance homônimo de James Clavell, a minissérie Xógum: A Gloriosa Saga do Japão se baseia em eventos históricos da ascensão de Ieyasu Tokugawa à posição xógum, iniciando o período do xogunato que iria até a Restauração Meiji. Os trailers davam a impressão de uma trama tensa, cheia de intrigas e o produto final faz jus a essa promessa. Aviso que o texto pode conter SPOILERS da série.

A trama é centrada na figura de Yoshii Toranaga (Hiroyuki Sanada), inspirado na figura real de Tokugawa. Toranaga é membro de uma família nobre japonesa que poderia tomar o poder se quisesse, mas preferiu abdicar da posição. Como o herdeiro atual é uma criança, caberia a ele a posição de regente, mas ele crê que isso poderia enfraquecer a liderança do país e ao invés de um único regente o Japão passa a ser governado por um conselho de regentes. Esses conselheiros estão em constante disputa por poder e temem principalmente Toranaga.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Crítica – Último Ato

 

Análise Crítica – Último Ato

Review – Último Ato
O que fazer para unificar uma nação profundamente polarizada depois que uma parcela do país tentou violentamente abolir o Estado? É uma pergunta que se aplica aos Estados Unidos de hoje (e também ao Brasil, infelizmente), mas no caso da minissérie Último Ato se refere ao fim da Guerra de Secessão dos EUA e como o assassinato do presidente Abraham Lincoln representou um freio nas tentativas de unificar o país, trazendo justiça social e punindo os golpistas.

A trama começa no dia do assassinato de Lincoln (Hamish Linklater) e segue os doze dias da caçada empreendida contra o assassino John Wilkes Booth (Anthony Boyle) pelo ministro da guerra de Lincoln, Edwin Stanton (Tobias Menzies, de Outlander), e pelo detetive Lafayette Baker (Patton Oswalt). Ao mesmo tempo, Stanton luta para que o governo não recue nas reformas pretendidas por Lincoln, principalmente quando o presidente Andrew Jackson (Glenn Morshower), ele próprio um ex-escravagista, parece disposto a capitular às demandas dos ricos do derrotado sul.