sexta-feira, 14 de junho de 2024

Crítica – Está Tudo Bem Comigo?

 

Análise Crítica – Está Tudo Bem Comigo?

Review – Está Tudo Bem Comigo?
Eu não tinha lá muitas expectativas para este Está Tudo Bem Comigo? Considerando que os últimos filmes que assisti protagonizados pela Dakota Johnson foram as bombas Persuasão (2022) e Madame Teia (2024). Esta comédia romântica dirigida pela comediante Tig Notaro e a esposa Stephanie Allyne, porém, me surpreendeu pela mistura agridoce com a qual desenvolve a jornada de autodescoberta e aceitação de sua protagonista.

Lucy (Dakota Johnson) e Jane (Sonoya Mizuno) são melhores amigas desde sempre. Quando Jane está prestes a casar e se mudar para a Inglaterra, Lucy começa a pensar no que vai fazer sem a melhor amiga e como, ao contrário de Jane, nunca teve sucesso em seus relacionamentos com homens. Aos poucos Lucy começa a se dar conta de que sempre sentiu atração por mulheres e que sente algo pela colega de trabalho Brittany (Kiersey Clemons), mas tem dificuldade de aceitar isso e embarcar nesses sentimentos, temendo ser tarde demais para dar uma guinada na vida ou ser julgada pelos outros por não saber o que quer.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Lixo Extraordinário – Estrada da Morte

 

Crítica - Estrada da Morte

Review - Zyzzyx Rd
Lançado em 2006, o suspense Estrada da Morte entrou para a história do cinema hollywoodiano como a bilheteria mais baixa da indústria, tendo arrecadado apenas trinta dólares na única semana em que ficou em cartaz. Essa manchete atraiu atenção para o filme, despertando a curiosidade de muitos em saber como isso aconteceu e se a produção era realmente tão ruim.

O fracasso

Considerando o preço do ingresso na época, o que foi arrecadado na bilheteria corresponde a seis pessoas indo assistir ao filme, sendo que duas delas, segundo uma reportagem da Entertainment Weekly, foram de pessoas que trabalharam na produção, especificamente uma maquiadora que foi assistir com um amigo. Estrada da Morte ficou em cartaz apenas uma semana em um único cinema de Dallas, no Texas, com uma sessão por dia. A exibição restrita foi proposital para cumprir uma resolução do SAG (o sindicato dos atores), que permite filmes de baixíssimo orçamento, como foi o caso de Estrada da Morte, de pagarem cachês aos atores abaixo de determinados pisos estipulados pela entidade, em contrapartida o sindicato obriga que o filme seja exibido nos cinemas dos EUA.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Crítica – Evidências do Amor

 

Análise Crítica – Evidências do Amor

Review – Evidências do Amor
Quando escrevi sobre Grandes Hits mencionei como é curioso que pessoas diferentes, em lugares diferentes, tenham ideias similares para um mesmo filme. Nesse caso é a premissa que ouvir certas músicas estaria tão conectado aos nossos sentimentos e memória que nos faria viajar no tempo. A produção brasileira Evidências do Amor parte da mesma ideia, embora trace com ela caminhos diferentes do hollywoodiano Grandes Hits, que foi lançado quase no mesmo tempo.

A trama gira em torno de Marco (Fábio Porchat), que não supera o fim do noivado com Laura (Sandy Leah). Agora toda vez que ouve a canção Evidências, de Chitãozinho & Xororó, música que cantou junto com Laura em um karaokê quanto se conheceram, ele é transportado ao passado e revive memórias do relacionamento. Reviver essas memórias o faz perceber que a decisão dela em terminar talvez não tivesse sido tão súbita quanto pensava e que ele tem responsabilidade no fim da relação. Assim, Marco tenta embarcar nessas memórias para pensar em uma maneira de retomar o relacionamento.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Crítica – Moviepass: A Última Sessão

 

Análise Crítica – Moviepass: A Última Sessão

Review – Moviepass: A Última Sessão
Eu me lembro de acompanhar a ascensão e queda do Moviepass enquanto acontecia. Um serviço de assinatura que lhe permitia assistir quantos filmes quisesse nos cinemas parecia um sonho, mas desde a primeira vez que soube do serviço ficou claro para mim que pagar dez dólares por mês para poder assistir quantos filmes quisesse no cinema não era um modelo de negócios sustentável para a empresa. Não à toa que em menos de um ano ela pediu falência depois de tentar reestruturar o funcionamento do serviço sem, no entanto, aumentar o preço. O que eu descobri ao assistir ao documentário da HBO Moviepass: A Última Sessão é que a queda da empresa tem outras questões para além de um modelo de negócio obviamente falho, com gestores picaretas e racismo corporativo.

 Estruturalmente é um típico documentário que se desenvolve ao redor de entrevistas e imagens de arquivo, sem muita ambição de arriscar qualquer coisa diferente com o formato. Ainda assim, consegue manter o espectador envolvido pelo modo como enquadra a narrativa. Seria fácil tratar a história como simplesmente mais um negócio fracassado num período em que salas de cinema tentam se adequar à competição com streaming e internet, porém, o roteiro encontra caminhos interessantes para guiar a discussão, falando de preconceito e da dimensão performática do empreendedorismo startupeiro que é tão presente na economia atual. 

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Crítica – 13 Sentimentos

 

Análise Crítica – 13 Sentimentos

Review – 13 Sentimentos
Novo filme de Daniel Ribeiro, responsável por Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014), é uma comédia romântica sobre término e sobre se reencontrar depois de um relacionamento longo. A trama gira em torno de João (Artur Volpi), um jovem cineasta que terminou a relação de dez anos que tinha com Hugo (Sidney Santiago). Ele tenta reconstruir a vida e conhece Vitor (Michel Joelsas), se apaixonando por ele, mas também não quer embarcar diretamente em um novo relacionamento e tenta experimentar outros caminhos.

A narrativa tem uma estrutura que remete a comédias românticas hollywoodianas, com o protagonista passando por vários encontros, conhecendo diferentes tipos de pretendentes e conversando a respeito disso com uma dupla de amigos. É uma estrutura que o filme executa razoavelmente bem, ainda que repita certos clichês que soam bem manjados hoje. O principal é o dos amigos que parecem existir para gravitar em torno dele, já que os dois não tem qualquer arco narrativo e servem basicamente como orelha para João falar sobre os próprios sentimentos, além de ocasional alívio cômico.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Drops – Confesse, Fletch

 

Crítica – Confesse, Fletch

Review – Confesse, Fletch
Estrelado por Jon Hamm, Confesse, Fletch é a segunda aventura do jornalista investigativo Irwin M. “Fletch” Fletcher nos cinemas. Criado na literatura por Gregory Macdonald, Fletch primeiro apareceu nos cinemas em Assassinato Por Encomenda (1985) que era uma adaptação do primeiro livro do personagem e tinha Chevy Chase como Fletch. Já Confesse, Fletch é uma adaptação do segundo romance protagonizado pelo jornalista.

Na trama, Fletch (Jon Hamm) vai aos Estados Unidos para investigar a venda de obras de arte que foram roubadas na Itália. Quando uma estudante de arte é assassinada e Fletch é colocado como o principal suspeito, cabe ao jornalista resolver o crime e limpar o próprio nome. Estruturalmente a narrativa apresenta uma trama policial bem comum, com um protagonista acusado de um crime que não cometeu precisando correr contra o tempo para provar a própria inocência, mas envolve pelo espírito de comédia e pela quantidade de personagens pitorescos que apresenta.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Crítica – Multiversus (2024)

 

Análise Crítica – Multiversus (2024)

Review – Multiversus (2024)
Depois de um um beta entre 2022 e 2023, Multiversus foi tirado do ar para ajustes até seu lançamento propriamente dito. Agora o jogo de luta free to play finalmente foi lançado e, de algum modo, é inferior ao que foi experimentado no beta apesar de oferecer mais modos e mais personagens.

Gameplay 

Multiversus é um jogo de luta e plataformas nos moldes de Smash Bros da Nintendo, com a diferença que usa diferentes personagens da Warner Bros, como os heróis e vilões da DC, os Looney Tunes, a turma do Scooby Doo e tantos outros. O combate se diferencia pelo foco em lutas de 2x2 na qual os lutadores precisam trabalhar em equipe e complementar as habilidades um do outro de modo a causar dano suficiente no oponente para expulsá-los da arena. O combate permanece praticamente o mesmo, com possibilidades de lutas 2x2 ou 1x1, em embates ágeis nos quais o jogador precisa dominar o modo específico de seu personagem, já que cada lutador tem uma “classe” diferente, como tanque, pugilista, mago, etc.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Drops – Tartarugas Até Lá Embaixo

 

Drops – Tartarugas Até Lá Embaixo

Review – Tartarugas Até Lá Embaixo
Adaptando o romance homônimo de John Green (responsável por A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel), Tartarugas Até Lá Embaixo traz o tipo de história de amadurecimento que tornou o escritor célebre. Por mais que não saia muito do padrão que se espera para esse tipo de história, ainda assim o drama adolescente tem seus méritos.

A trama é protagonizada por Aza (Isabela Merced), uma garota com transtorno obsessivo compulsivo que sempre acha que está infectada com alguma coisa e mantem uma ferida constantemente aberta no dedo. Quando um bilionário da construção desaparece misteriosamente, a melhor amiga de Aza, Daisy (Cree Cicchino), sugere que elas investiguem o caso para conseguirem a recompensa por ele. Daisy sugere que Aza use sua conexão com o filho do ricaço, Davis (Felix Mallard), a quem conheceu anos antes, para tentar descobrir alguma nova informação.

terça-feira, 4 de junho de 2024

Crítica – Paper Mario: The Thousand Year Door (2024)

 

Análise Crítica – Paper Mario: The Thousand Year Door (2024)

Review – Paper Mario: The Thousand Year Door (2024)
Quando o primeiro Paper Mario saiu para Nintendo 64 eu não fiquei muito impressionado. Esperava algo na veia de Super Mario RPG para SNES e seus sistemas mais simples de RPG soavam como um retrocesso. Com o tempo aprendi a gostar do estilo do jogo e acompanhei outros lançamentos da franquia como Super Paper Mario para Wii, que transformava o jogo numa espécie de RPG de plataforma em tempo real. Com o tempo os jogos foram se afastando mais de elementos tradicionais de RPG e a franquia foi se tornando menos interessante para mim.

Paper Mario: The Origami King para Nintendo Switch foi uma tentativa de retornar a algumas mecânicas de RPG e a presença de diferentes parceiros para Mario, mas ainda assim não era o retorno à fórmula que muitos esperavam, nem estava à altura daquele que era considerado o pináculo da franquia: Paper Mario: The Thousand Year Door para Gamecube. Como não tive um Gamecube, nunca joguei TTYD, então fiquei bastante empolgado quando um remaster dele pra Switch foi anunciado. Depois de ter experimentado o jogo, confesso que os elogios não são infundados e espero que a Nintendo retorne Paper Mario a algo neste estilo em futuros games.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Crítica – A Musa de Bonnard

 

Análise Crítica – A Musa de Bonnard

Review – A Musa de Bonnard
Biografia do pintor pós-expressionista Pierre Bonnard, A Musa de Bonnard foca na relação dele com a esposa Marthe e como os vários quadros que fez dela impulsionaram a sua carreira. A produção tinha o potencial de nos fazer entender as transformações que um relacionamento causaram na arte de Bonnard e como isso mexeu com seu processo criativo, mas o filme parece mais interessado em meramente narrar os fatos do que entender o que está por trás deles.

A narrativa começa com Pierre (Vincent Macaigne) conhecendo Marthe (Cécile de France) durante uma sessão de pintura. A partir daí o casal desenvolve uma paixão arrebatadora e não consegue mais ficar separado. Acompanhamos então a trajetória dos dois até o fim de suas vidas e as eventuais turbulências no relacionamento.