quinta-feira, 20 de junho de 2024

Crítica – Destiny 2: A Forma Final

 

Análise Crítica – Destiny 2: A Forma Final

Review – Destiny 2: A Forma Final
Quando o primeiro Destiny foi lançado em 2014 a estrutura de game as servisse era uma novidade. A ideia de um game que contasse uma história contínua e que tudo fosse se transformando por conta disso parecia promissora. Joguei Destiny no lançamento e, como muitos, fiquei um pouco decepcionado com o quão vazio tudo era, com uma história ausente e pouco o que fazer depois de uma campanha cheia de missões repetitivas. Abandonei depois das duas primeiras expansões e não voltei mesmo quando a expansão The Taken King foi elogiada como algo que deixava o game mais perto da promessa inicial. Também não voltei quando Destiny 2 foi lançado ou quando ele se tornou free to play, mas sempre pegava as expansões que ficavam de graça na PS Plus, no caso de um dia querer voltar. 

Esse dia foi há uns meses atrás quando a expansão A Queda da Luz ficou gratuita para assinantes Plus no Playstation e a Bungie anunciou que todas as expansões estariam disponíveis até para quem não tinha em comemoração ao vindouro lançamento de A Forma Final, expansão que marcaria o clímax da narrativa iniciada no primeiro jogo dez anos atrás. Devorei o conteúdo disponível e me impressionei com o quanto Destiny 2 tinha mudado e correspondia ao que a Bungie tinha prometido lá em 2014. Depois de ficar imerso nesse universo mais uma vez, acabei decidindo por esperar A Forma Final para experimentar o desfecho do conflito entre luz e trevas. Devo dizer que a expansão não decepciona. 

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Rapsódias Revisitadas – Rio, Zona Norte

 

Crítica - Rio, Zona Norte

Rapsódias Revisitadas – Rio, Zona Norte
Dirigido por Nelson Pereira dos Santos, responsável por obras seminais do cinema brasileiro como Vidas Secas (1963), Rio, Zona Norte foi lançado em 1957. É uma narrativa sobre a vida na periferia do Rio de Janeiro, do samba que dela emerge e como esse samba é apropriado pela elite carioca, deixando à míngua os músicos do morro. 

O protagonista é Espírito da Luz (Grande Otelo), um sambista da periferia carioca que cai de um trem lotado saindo da Central do Brasil e machuca a cabeça. Enquanto ele agoniza, voltamos aos seus últimos meses, quando ele lutava para gravar seus sambas, mas tem suas músicas roubadas pelo parceiro Maurício (Jece Valadão). Ele também enfrenta problemas com o filho Lourival (Haroldo de Oliveira), que se envolve com uma gangue de criminosos.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Crítica – O Estranho

 

Análise Crítica – O Estranho

Review – O Estranho
As primeiras imagens de O Estranho se situam séculos atrás, mostrando a região de Guarulhos numa época anterior à ocupação urbana de hoje. As imagens como a natureza foi severamente modificada e como uma população indígena que existia ali provavelmente foi removida ou não existe mais. Essa tentativa de trazer o passado para o presente e pensar no que foi feito com os espaços e populações nativas é o cerne do filme. 

A trama gira em torno de Alê (Larissa Siqueira), uma mulher que trabalha no aeroporto de Guarulhos e lida com uma dupla ausência. De um lado trabalhar naquele local a faz pensar na história passada de sua família indígena que foi removida da região e de outro da filha, que desapareceu décadas atrás. Outra ausência iminente é a da namorada, Silvia (Patricia Saravy), que está para se mudar para um local mais longe, também se afastando de suas origens e do terreiro do qual faz parte. 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Crítica – Divertida Mente 2

 

Análise Crítica – Divertida Mente 2

Review – Divertida Mente 2
Eu adoro o primeiro Divertida Mente (2015) e como ele consegue transmitir, com um humor, sensibilidade e de uma maneira acessível a todas as idades a complexidade de lidar com as nossas emoções e como cada sentimento é importante para uma vida emocional saudável. Apesar de todos os méritos, temi que esse Divertida Mente 2 pudesse não estar à altura do original, principalmente no modo como a Disney vem fazendo continuação e remake de seus principais filmes um atrás do outro e forçando a Pixar a fazer o mesmo. Felizmente isso não acontece aqui e Divertida Mente 2 é tão emocionante, divertido e complexo quanto o primeiro filme.

A trama mostra a garota Riley agora com treze anos. Ela tem amigas na escola, ela é destaque no seu time de hockey e suas emoções aprenderam a trabalhar em harmonia. A passagem do tempo também tornou o funcionamento de sua mente mais complexo, com o surgimento de uma camada profunda na qual certas memórias formam convicções que se enraízam no senso de si da Riley. A Alegria se preocupa em só transformar em convicções as memórias que se conectam a um senso de si positivo de que Riley é uma boa pessoa, jogando para as margens da mente as memórias que ela acha negativas.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Crítica – Está Tudo Bem Comigo?

 

Análise Crítica – Está Tudo Bem Comigo?

Review – Está Tudo Bem Comigo?
Eu não tinha lá muitas expectativas para este Está Tudo Bem Comigo? Considerando que os últimos filmes que assisti protagonizados pela Dakota Johnson foram as bombas Persuasão (2022) e Madame Teia (2024). Esta comédia romântica dirigida pela comediante Tig Notaro e a esposa Stephanie Allyne, porém, me surpreendeu pela mistura agridoce com a qual desenvolve a jornada de autodescoberta e aceitação de sua protagonista.

Lucy (Dakota Johnson) e Jane (Sonoya Mizuno) são melhores amigas desde sempre. Quando Jane está prestes a casar e se mudar para a Inglaterra, Lucy começa a pensar no que vai fazer sem a melhor amiga e como, ao contrário de Jane, nunca teve sucesso em seus relacionamentos com homens. Aos poucos Lucy começa a se dar conta de que sempre sentiu atração por mulheres e que sente algo pela colega de trabalho Brittany (Kiersey Clemons), mas tem dificuldade de aceitar isso e embarcar nesses sentimentos, temendo ser tarde demais para dar uma guinada na vida ou ser julgada pelos outros por não saber o que quer.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Lixo Extraordinário – Estrada da Morte

 

Crítica - Estrada da Morte

Review - Zyzzyx Rd
Lançado em 2006, o suspense Estrada da Morte entrou para a história do cinema hollywoodiano como a bilheteria mais baixa da indústria, tendo arrecadado apenas trinta dólares na única semana em que ficou em cartaz. Essa manchete atraiu atenção para o filme, despertando a curiosidade de muitos em saber como isso aconteceu e se a produção era realmente tão ruim.

O fracasso

Considerando o preço do ingresso na época, o que foi arrecadado na bilheteria corresponde a seis pessoas indo assistir ao filme, sendo que duas delas, segundo uma reportagem da Entertainment Weekly, foram de pessoas que trabalharam na produção, especificamente uma maquiadora que foi assistir com um amigo. Estrada da Morte ficou em cartaz apenas uma semana em um único cinema de Dallas, no Texas, com uma sessão por dia. A exibição restrita foi proposital para cumprir uma resolução do SAG (o sindicato dos atores), que permite filmes de baixíssimo orçamento, como foi o caso de Estrada da Morte, de pagarem cachês aos atores abaixo de determinados pisos estipulados pela entidade, em contrapartida o sindicato obriga que o filme seja exibido nos cinemas dos EUA.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Crítica – Evidências do Amor

 

Análise Crítica – Evidências do Amor

Review – Evidências do Amor
Quando escrevi sobre Grandes Hits mencionei como é curioso que pessoas diferentes, em lugares diferentes, tenham ideias similares para um mesmo filme. Nesse caso é a premissa que ouvir certas músicas estaria tão conectado aos nossos sentimentos e memória que nos faria viajar no tempo. A produção brasileira Evidências do Amor parte da mesma ideia, embora trace com ela caminhos diferentes do hollywoodiano Grandes Hits, que foi lançado quase no mesmo tempo.

A trama gira em torno de Marco (Fábio Porchat), que não supera o fim do noivado com Laura (Sandy Leah). Agora toda vez que ouve a canção Evidências, de Chitãozinho & Xororó, música que cantou junto com Laura em um karaokê quanto se conheceram, ele é transportado ao passado e revive memórias do relacionamento. Reviver essas memórias o faz perceber que a decisão dela em terminar talvez não tivesse sido tão súbita quanto pensava e que ele tem responsabilidade no fim da relação. Assim, Marco tenta embarcar nessas memórias para pensar em uma maneira de retomar o relacionamento.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Crítica – Moviepass: A Última Sessão

 

Análise Crítica – Moviepass: A Última Sessão

Review – Moviepass: A Última Sessão
Eu me lembro de acompanhar a ascensão e queda do Moviepass enquanto acontecia. Um serviço de assinatura que lhe permitia assistir quantos filmes quisesse nos cinemas parecia um sonho, mas desde a primeira vez que soube do serviço ficou claro para mim que pagar dez dólares por mês para poder assistir quantos filmes quisesse no cinema não era um modelo de negócios sustentável para a empresa. Não à toa que em menos de um ano ela pediu falência depois de tentar reestruturar o funcionamento do serviço sem, no entanto, aumentar o preço. O que eu descobri ao assistir ao documentário da HBO Moviepass: A Última Sessão é que a queda da empresa tem outras questões para além de um modelo de negócio obviamente falho, com gestores picaretas e racismo corporativo.

 Estruturalmente é um típico documentário que se desenvolve ao redor de entrevistas e imagens de arquivo, sem muita ambição de arriscar qualquer coisa diferente com o formato. Ainda assim, consegue manter o espectador envolvido pelo modo como enquadra a narrativa. Seria fácil tratar a história como simplesmente mais um negócio fracassado num período em que salas de cinema tentam se adequar à competição com streaming e internet, porém, o roteiro encontra caminhos interessantes para guiar a discussão, falando de preconceito e da dimensão performática do empreendedorismo startupeiro que é tão presente na economia atual. 

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Crítica – 13 Sentimentos

 

Análise Crítica – 13 Sentimentos

Review – 13 Sentimentos
Novo filme de Daniel Ribeiro, responsável por Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014), é uma comédia romântica sobre término e sobre se reencontrar depois de um relacionamento longo. A trama gira em torno de João (Artur Volpi), um jovem cineasta que terminou a relação de dez anos que tinha com Hugo (Sidney Santiago). Ele tenta reconstruir a vida e conhece Vitor (Michel Joelsas), se apaixonando por ele, mas também não quer embarcar diretamente em um novo relacionamento e tenta experimentar outros caminhos.

A narrativa tem uma estrutura que remete a comédias românticas hollywoodianas, com o protagonista passando por vários encontros, conhecendo diferentes tipos de pretendentes e conversando a respeito disso com uma dupla de amigos. É uma estrutura que o filme executa razoavelmente bem, ainda que repita certos clichês que soam bem manjados hoje. O principal é o dos amigos que parecem existir para gravitar em torno dele, já que os dois não tem qualquer arco narrativo e servem basicamente como orelha para João falar sobre os próprios sentimentos, além de ocasional alívio cômico.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Drops – Confesse, Fletch

 

Crítica – Confesse, Fletch

Review – Confesse, Fletch
Estrelado por Jon Hamm, Confesse, Fletch é a segunda aventura do jornalista investigativo Irwin M. “Fletch” Fletcher nos cinemas. Criado na literatura por Gregory Macdonald, Fletch primeiro apareceu nos cinemas em Assassinato Por Encomenda (1985) que era uma adaptação do primeiro livro do personagem e tinha Chevy Chase como Fletch. Já Confesse, Fletch é uma adaptação do segundo romance protagonizado pelo jornalista.

Na trama, Fletch (Jon Hamm) vai aos Estados Unidos para investigar a venda de obras de arte que foram roubadas na Itália. Quando uma estudante de arte é assassinada e Fletch é colocado como o principal suspeito, cabe ao jornalista resolver o crime e limpar o próprio nome. Estruturalmente a narrativa apresenta uma trama policial bem comum, com um protagonista acusado de um crime que não cometeu precisando correr contra o tempo para provar a própria inocência, mas envolve pelo espírito de comédia e pela quantidade de personagens pitorescos que apresenta.