Assim que saí da sala de cinema após assistir este O Lugar Onde Tudo Termina, novo filme do diretor e roteirista Derek Cianfrance (de Namorados para Sempre), soube que seria difícil escrever sobre ele. Não que seja um filme complicado e inacessível, mas pelo fato da narrativa estar em um constante movimento que sempre desafia nossas expectativas. Assim, tive a clara noção que, ao comentar sobre os méritos e qualidades da obra, deveria ter cuidado para não entregar as principais viradas do filme e assim estragar a experiência daqueles que ainda irão assisti-lo.
Quando menciono as reviravoltas, não me refiro aos fatos inesperados por si só, mas todo o impacto emocional e o sentimento de fatalismo e implacabilidade da vida que nos toma quando eles ocorrem. Entregar o desenvolvimento da trama não estragaria somente a surpresa, mas boa parte da experiência sensorial, emocional e de produção de sentido que filme visa provocar em seu público.
Mas deixemos de lado o que não é possível ser dito e partamos para o que é. O filme começa com Luke (Ryan Gosling) um motociclista que viaja com um circo realizando o truque do globo da morte. Quando ele se reaproxima de Romina (Eva Mendes), uma mulher com quem se relacionou na última vez em que estivera na cidade, Luke descobre que teve um filho com ela e assim decide abandonar a vida circense e se estabelecer. Entretanto, as coisas não são fáceis para o motociclista e o único modo que encontra para ajudar no sustento do filho é recorrer ao crime e isso o coloca em confronto com o policial Avery (Bradley Cooper), num encontro que mudará para sempre a vida dos dois.