Algumas vezes a vida dá uma virada para o pior, às vezes passamos por coisas que mudam nossos rumos para sempre, contrariando todos os nossos planos e expectativas e nos deixando à deriva. É sobre esses momentos em que a vida nos derruba que Ferrugem e Osso irá tratar, mas esta não é a típica história de superação de dificuldades através do aprendizado de valiosas lições de vida. É um filme sobre como certas coisas jamais são recuperadas e certas feridas sempre permanecem abertas, mas que mesmo isso não pode nos impedir de seguir em frente.
O filme é centrado em dois personagens. Ali (Matthias Schoenearts), um professor de educação física que faz bicos de vigia e segurança, é um homem confuso, sem rumo e um pai negligente. Stephanie (Marion Cotillard) é uma adestradora de baleias de um parque aquático, uma mulher independente e confiante. Quando Stephanie perde parte das pernas em um grave acidente no trabalho, ela não tem ninguém a recorrer senão Ali e assim os dois começam a conviver em uma relação que começa puramente física e aos poucos vai se tornando algo mais.
A própria reabilitação de Stephanie após o acidente acontece por meios muito mais físicos do que emocionais, primeiramente através da natação quando Ali a carrega até o mar, depois através do sexo. A cena que sucede a primeira transa dela após o acidente demonstra bem como ela voltou a ficar em paz consigo mesma, nos mostrando a personagem de olhos fechados, fazendo a mesma coreografia que fazia no parque aquático e aos poucos a música usada na apresentação começa a tocar, como se a estivéssemos ouvindo na cabeça da personagem, nesse momento é como se o sexo a tivesse feito compreender que ela continua sendo a mesma pessoa de antes.