Já
foram feitos muitos filmes sobre os horrores e dores da guerra. Muitos deles
sobre a Segunda Guerra Mundial, o Vietnã e as invasões recentes ao Oriente
Médio. Porém, em geral, pouca atenção é dada à Primeira Guerra Mundial e é
exatamente sobre esse período que irá tratar este Promessas de Guerra, estreia do ator Russel Crowe na direção.
Acompanhamos
o fazendeiro australiano Joshua Connor (Russel Crowe) que parte para a Turquia
em busca dos três filhos, mortos em combate durante a guerra. Ao chegar no país
se depara com a hostilidade dos nativos bem como a confusa burocracia militar
que envolve a busca dos corpos. Percebendo que as autoridades são incapazes de
lhe dar aquilo que procura, Connor decide ir por conta própria em busca dos
filhos.
Crowe
se sai relativamente bem em sua estreia na direção, tecendo uma narrativa que
nos mostra como a guerra traz consequências mesmo para aqueles que não
combateram e como este tipo de conflito nos desumaniza e nos afasta das outras
pessoas. Não é exatamente nada de novo, mas é bem conduzido o suficiente para
nos mobilizar e envolver com esta história. Seu trabalho de câmera convoca a
dimensão grandiosa do outback
australiano e das paisagens desoladas dos campos de batalha da Turquia,
enquanto as batalhas de trincheiras dos flashbacks
são filmadas em planos fechados e com constantes movimentos de câmera dando um
ar claustrofóbico e aterrorizante aos eventos. O uso da música, por outro lado,
nem sempre é bem sucedido e muitas vezes ela soa demasiadamente intrusiva,
pesando a mão no sentimentalismo em cenas que já são carregadas de enorme
dramaticidade.