Quando escrevi sobre o primeiro Truque de Mestre (2013), falei como uma premissa interessante era desperdiçada por um texto que se julgava mais inteligente do que realmente era (e, apesar disso, ainda tratava o público feito idiota) e uma direção pouco inspirada. Imaginei que esse segundo ao menos tentaria melhorar os problemas do primeiro, principalmente com a saída do medíocre Louis Leterrier da direção. Tudo bem que seu substituto, John M. Chu, que conduziu G.I Joe: Retaliação (2013), é igualmente insípido, mas esperava ao menos um mínimo de esforço em realizar algo bacana. Ledo engano. Este Truque de Mestre: O 2º Ato é uma daquelas continuações que repete tudo do original, mas tenta fazer "maior" o que apenas torna maiores os problemas do filme anterior.
A trama se passa dois anos depois
do primeiro, os mágicos conhecidos como Os Cavaleiros estão escondidos,
esperando o momento em que a misteriosa entidade/organização conhecida como O
Olho volte a chamá-los para mais uma trabalho. O que os ilusionistas não
imaginavam é que seu antigo inimigo Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) estava
tramando sua vingança por ter sido preso no filme anterior. Ao mesmo tempo,
também são pegos no encalço do misterioso empresário Walter (Daniel Radcliffe)
que deseja a colaboração do grupo.
Pela bilionésima vez Freeman se
reduz a uma paródia de si mesmo e faz um personagem cuja função é dar
explicações e mastigar os temas do filme para o público. Seu personagem
praticamente não tem um arco dramático e quando ele entra em cena é para
explicar algo que acabou de acontecer ou mesmo o que se passa na cabeça de
algum personagem (que muitas vezes nem está próximo dele, o que não faz muito
sentido). Além de explicar aquilo que podemos obviamente ver que está
acontecendo na tela, o personagem de Freeman também se entrega a longuíssimos
solilóquios com sua voz serena e pausada de narrador do National Geographic
sobre o poder da ilusão e como o olhar pode ser engano e coisa e tal. Lá pela
terceira vez que ele dá um desses discursos rocambolescos que dão voltas em si
mesmos como um cão atrás do próprio rabo eu simplesmente tive vontade de atear
fogo no cinema e cada vez que ele entrava em cena eu revirava os olhos em
tédio.