O ano de 2017 foi muito bom para
o cinema de terror e embora ainda não tenha acabado, aproveitamos a data do Dia
das Bruxas (ou Halloween) para enumerar alguns dos melhores e piores filmes do
gênero que chegaram ao Brasil neste ano.
terça-feira, 31 de outubro de 2017
5 Contra 1: Filmes de Terror de 2017
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
Crítica - Depois Daquela Montanha
Duas pessoas que nunca se viram
resolvem pegar um voo fretado em um pequeno bimotor quando seus voos são
cancelados. Eles são pegos por uma tempestade e o avião cai nas montanhas,
apenas o casal e o cão do piloto sobrevivem à queda. O começo de Depois Daquela Montanha, adaptação do livro de Charles Martin (que não li), promete uma instigante e tensa história de
sobrevivência, mas o desenvolvimento de sua trama acaba decepcionando.
O início da jornada de Alex (Kate
Winslet) e Ben (Idris Elba) começa bem ao criar situações de tensão com os dois
feridos nos destroços do avião, racionando o pouco de comida e tentando
continuar vivos até que o resgate chegue. As tomadas aéreas amplas ressaltam a
imensidão erma da montanha gelada e a pouca presença de música evidencia o silêncio
do local, aumentando a sensação de vazio e isolamento experimentada pelos
protagonistas.
Depois de alguns momentos bem
tensos como o momento em que Ben desliza em direção a um penhasco ou quando
Alex encontra um Puma, a trama começa a perder fôlego conforme o casal resolve
descer a montanha. O que se segue se mostra bastante repetitivo com a dupla
brigando, fazendo as pazes, correndo atrás do cachorro e um dos dois
ocasionalmente se machucando e ficando inconsciente. Lá pela terceira vez que a
trama deixa um dos dois inconscientes e cria dúvida se irá despertar ou não
tudo começa a soar mecânico e repetitivo, como se a trama andasse em círculos
para tentar disfarçar sua falta de conteúdo. Exceto pelo momento em que o gelo
desaba sob os pés de Alex (uma cena que os trailers já entregavam), o restante
do filme segue sem muita tensão.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sábado, 28 de outubro de 2017
Crítica - Thor: Ragnarok
Thor: Ragnarok é provavelmente o melhor dos três filmes solo do
deus do trovão da Marvel, mas, convenhamos, isso não é lá um grande feito. O
elemento principal que eleva este filme em relação aos dois outros é que pelo
menos há uma visão bem clara e singular sendo transmitida ainda que talvez não
seja a mais adequada ao material.
A trama começa com Thor (Chris
Hemsworth) enfrentando Surtur (Clancy Brown) para impedir o Ragnarok, o fim de
Asgard. Ele retorna a Asgard para guardar a coroa de Surtur, mas descobre que
Loki (Tom Hiddleston) tomou o lugar de Odin (Anthony Hopkins), que foi banido
para a Terra. A ausência de Odin permite que a deusa da morte Hela (Cate
Blanchett) saia de sua prisão e ataque Asgard. Na luta contra Hela, Thor acaba
sendo jogado para longe de Asgard e vai parar no selvagem planeta Sakaar, sendo
capturado e obrigado a lutar como gladiador na arena do Grãomestre (Jeff
Goldblum). Quando Thor descobre que o principal campeão do lugar é o Hulk (Mark
Ruffalo), percebe que há uma chance de escapar e retornar para Asgard.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Crítica - Stranger Things: 2ª Temporada
A primeira temporada de Stranger Things pegou todo mundo de
surpresa com sua trama nostálgica e seu universo que misturava terror, ficção
científica e uma trama juvenil de amadurecimento. Essa segunda temporada
consegue manter o nível da anterior, ampliando seu universo e desenvolvendo as
relações entre seus personagens. Aviso que alguns pequenos SPOILERS estão
presentes no texto a seguir.
A trama começa um ano depois dos
eventos da temporada anterior. Mike (Finn Wolfhard) sente falta de Onze (Millie
Bobby Brown) e tenta se comunicar com ela via rádio. Will (Noah Schnapps)
continua tendo visões sobre o Mundo Invertido e é acompanhado por sua mãe,
Joyce (Winona Ryder), e pelo delegado Hopper (David Harbour) ao Dr. Owens (Paul
Reiser), cientista que é agora responsável pelo projeto do governo que abriu o
portal para o mundo invertido e limpar a bagunça feita pelo Dr. Martin (Matthew
Modine) na temporada anterior. As plantações da cidade começam a apodrecer e
Hopper acha que os incidentes tem relação com o Mundo Invertido.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Crítica - Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca
O escândalo Watergate já foi
bastante explorado pelo cinema hollywoodiano. O mais lembrado desses filmes é Todos Os Homens do Presidente (1976),
que mostrava a investigação dos repórteres do Washington Post que expuseram o
acobertamento cometido pelo governo com a ajuda de um informante de dentro do
FBI. Este Mark Felt: O Homem Que Derrubou
a Casa Branca acaba sendo um Todos Os
Homens do Presidente sob a perspectiva do informante, o vice-diretor do FBI
Mark Felt que acabou sendo apelidado como Garganta Profunda.
Ao reverter o ponto de vista em
relação a uma história já conhecida era de se imaginar que a narrativa fosse se
deter mais sobre a figura de Felt, seus conflitos e motivações, do que os
eventos em si, que já foram exaustivamente explorados, mas o diretor e
roteirista Peter Landesman (responsável pelo igualmente decepcionante Um Homem Entre Gigantes) parece mais
interessado em recontar uma história já conhecida do que acrescentar algo a
ela. A impressão é que em tempos de governo Trump, suspeita de conspiração com
a Rússia e a demissão de um diretor do FBI por investigá-lo, a indústria
cinematográfica queria lançar algo para lembrar ao público da importância de resistir
aos desmandos de um presidente autoritário que não respeita a separação entre
os poderes. Como não tinham nenhuma outra história do tipo, resolveram reciclar
os eventos de Watergate e usá-los como metáfora para os tempos atuais.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Crítica - 1922
Inúmeras histórias já foram
contadas sobre pessoas que cometem crimes horrendos e são devastadas pela
culpa. Do Macbeth de William
Shakespeare ao Crime e Castigo de
Dostoievski, faz tempo que a ficção se debruça sobre o tema. Este 1922, que adapta uma obra de Stephen
King, também aborda essas ideias, conseguindo ser eficiente em tratar de decadência
e culpa mesmo sem acrescentar de novo a este tipo de história.
No ano de 1922 o fazendeiro
Wilfred (Thomas Jane) descobre que sua esposa, Arlette (Molly Parker), está
disposta a vender as terras que herdou da família para poder se mudar para a
capital com o filho deles, Henry (Dylan Schmid). Wilfred é um homem rústico,
que tem orgulho de seu trabalho rural e de sua fazenda, não vendo com bons
olhos a proposta da esposa. Quando ela se mostra irredutível em sua decisão,
Wilfred decide matá-la. Depois da morte dela, no entanto, toda sorte de
tragédia começa a se abater sobre o fazendeiro e sua propriedade enquanto
visões da esposa morta começam a assombrar o fazendeiro.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Crítica - South Park: A Fenda Que Abunda Força
Eu não esperava que South Park: The Stick of Truth fosse tão
legal quanto acabou se revelando. Além de manter o espírito e senso de humor
anárquico e crítico da série animada, era também um competente RPG que pegava
elementos da série Paper Mario. Com
isso a expectativa para esta continuação, South
Park: A Fenda Que Abunda Força (The
Fractured But Whole em inglês), estava bem alta e é muito bom constatar que
ele não decepciona.
A trama começa com Cartman
desistindo da brincadeira de fantasia medieval do jogo anterior e decidindo
começar uma brincadeira de super-heróis com o intuito de transformar seus
personagens em uma grande franquia cinematográfica tal qual os filmes da Marvel
e da DC. Os garotos acabam brigando entre si pela criação desse universo
compartilhado e se dividem entre duas facções. Cartman, que se tornou o herói
Guaxinim, lidera o grupo Guaxinim e Amigos e recruta o "Garoto
Novato" (o personagem do jogador) para seu grupo. Logicamente o que começa
como uma brincadeira acaba saindo do controle e gera consequências absurdas com
os garotos esbarrando em um esquema de drogas e tudo progredindo para tramas
ainda mais sem noção, incluindo a revelação de quem estava por trás de tudo.
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Crítica - Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe
Narrativas sobre famílias
excêntricas ou filhos com problemas com seus pais são bastante comuns. É fácil
compreender o apelo desse tipo de obra, afinal todos identificamos
comportamentos esquisitos e excêntricos em nossos familiares ou temos problemas
em lidar com nossos genitores. Ainda assim este Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe consegue funcionar para além
dos lugares comuns graças ao olhar sensível de Noah Baumbach e pelo
encantamento de seus personagens.
A trama é centrada na figura do
patriarca Harold (Dustin Hoffman), um professor de arte e escultor aposentado
que tenta se manter relevante no mundo da arte. Ao seu redor gravitam seus três
filhos: Danny (Adam Sandler), Matt (Ben Stiller) e Jean (Elizabeth Marvel),
cada um deles com diferentes problemas com o pai.
Dustin Hoffman é ótimo como o
patriarca turrão e mal humorado. Sempre irritado com algo e lançando
"protestos" sobre coisas irrelevantes que lhe causam um incômodo
desproporcional e criando confusão por causa disso, sendo um sujeito igualmente
fascinante, divertido e insuportável. Assim, é possível compreender o motivo
dos filhos constantemente desejarem sua proximidade e aprovação apesar de
Harold estar constantemente menosprezando-os ou fazendo escândalos perto deles.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Crítica - Tempestade: Planeta em Fúria
Faz um bom tempo que o ator Gerard Butler não faz um filme realmente bom. Também faz algum tempo que o ator Ed Harris não faz um filme realmente ruim. Com trajetórias opostas os dois se encontram neste Tempestade: Planeta em Fúria. O resultado? Bem, vamos dizer que Ed Harris saiu prejudicado nessa.
Na trama, a humanidade é capaz de
controlar e dissipar desastres naturais graças a uma rede de satélites que é
capaz de deter tornados, terremotos, tsunamis e outras ocorrências. O aparato,
no entanto, começa a apresentar falhas, causando desastres naturais ao redor do
mundo. A recorrência desses problemas faz os responsáveis pelo sistema
considerarem que alguém está deliberadamente interferindo no funcionamento do
aparato. Agora cabe ao astronauta Jake (Gerard Butler) desativar os satélites,
mas para isso será necessário que seus aliados em Terra localizem o presidente
Andrew (Andy Garcia), o único que tem os códigos de desativação dos satélites.
Os personagens são unidimensionais
e suas personalidades são uma coleção de clichês, sendo difícil nutrir simpatia
ou torcer pela sua sobrevivência. O roteiro demora a engrenar e ainda está
apresentando novos personagens mesmo quando já passaram cerca de cinquenta
minutos de duração. Há uma tentativa de injetar humor ao dar aos personagens
frases de efeito engraçadinhas mas a maioria delas é digna daquele seu tio que
sempre faz a piada do pavê nos almoços de domingo e servem mais para constranger
do que para fazer rir. Igualmente constrangedoras são as cenas românticas
envolvendo Max (Jim Sturgess) e Sarah (Abbie Cornish) que deveriam ser
engraçadinhas, mas não funcionam.
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Catástrofe,
Crítica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Crítica - Bom Comportamento
Não conhecia o trabalho dos
irmãos Safdie e entrei para assistir a este Bom
Comportamento sem saber exatamente o que esperar. O filme com qual me
defrontei, no entanto, me deixou curioso pelos próximos trabalhos da dupla e
também para conferir suas realizações anteriores. A trama é centrada em
Constantine, ou Connie (Robert Pattinson). Ele tenta roubar um banco com seu
irmão surdo Nick (Benny Safdie) para poderem sair da cidade e viverem a vida
que desejam no campo, mas o golpe dá errado e Nick é preso. Connie tenta pagar
a fiança do irmão, mas não tem dinheiro. Ao descobrir que o irmão se envolveu
em uma briga na prisão e foi hospitalizado, Connie decide invadir o hospital
para libertá-lo, mas seus planos não correm como esperado e ele precisa correr
madrugada adentro para resgatar o irmão.
O universo do filme de alguma
maneira remete ao de Killer Joe: Matador de Aluguel (2012) ao focar em indivíduos sórdidos ou marginalizados e
espaços sombrios. Os personagens do filme ou são sujeitos de péssimo caráter,
mentalmente desequilibrados ou são ignorantemente marginalizados, sendo presa
fácil para os criminosos e golpistas que habitam por entre as ruas sombrias da
madrugada.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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