terça-feira, 31 de julho de 2018

Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Análise Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Review – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de NovoEntrei para assistir esse Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo sem saber o que esperar. Não havia muita necessidade de contar a juventude da personagem vivida por Meryl Streep no filme original e as principais músicas do Abba já tinham usado nos números musicais, então essa continuação/prelúdio não parecia ter muita razão de existir além de faturar em cima do anterior. Felizmente meus temores não se confirmaram e essa continuação se mostra tão divertida e encantadora quanto o primeiro.

A trama começa com Sophie (Amanda Seyfred) organizando a festa de inauguração do hotel que pertenceu a sua mãe. Conforme os convidados começam a chegar, Sophie vai descobrindo novas informações sobre a juventude Donna (Lily James) e como ela conheceu seus três pais.

Sendo simultaneamente uma continuação e um prelúdio, a trama constantemente alterna entre as duas temporalidades, mas a verdade é que nenhuma delas tem algo a dizer sobre essas personagens que já não tínhamos entendido no filme anterior. Tanto a jornada de Donna pela Europa quanto os perrengues de Sophie com o hotel parecem acontecer por eventos fortuitos e coincidências convenientes demais, como as tudo fosse por exigência do roteiro e não uma decorrência orgânica das ações dos personagens. A viagem ao passado também não tem muito a dizer que já não tenha sido dito sobre Donna.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Crítica – Orange is the New Black: 6ª Temporada


Análise Crítica – Orange is the New Black: 6ª Temporada


Review – Orange is the New Black: 6ª Temporada
O final da quinta temporada de Orange is the New Black prometia uma espécie de recomeço para a série ao levar as detentas para uma prisão de segurança máxima e parte delas sendo levada a uma outra prisão. Ficava, no entanto, a dúvida, se a sexta temporada iria se dividir entre duas prisões ou se concentraria apenas em uma, descartando o resto das personagens. A decisão acabou sendo a mais acertada, mantendo tudo em uma só prisão e se concentrando nas detentas que foram para a área de segurança máxima de Litchfield, mas mesmo reduzindo o número de personagens a série ainda tem alguns problemas de arcos narrativos que não funcionam como deveriam.

O sexto ano começa nos mostrando as consequências da rebelião, com as autoridades federais investigando as responsáveis pela rebelião e também pela morte do guarda Piscatella (Brad William Henke), já que os guardas que mataram por acidente plantam provas para implicar uma das presas. Além de lidarem com os interrogatórios, as presas precisam arranjar um jeito de sobreviver ao cotidiano violento da nova prisão, que vive em uma constante disputa entre as gangues lideradas pelas irmãs e rivais Carol (Henny Russell) e Barb (Mackenzie Philips).

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Crítica – Missão Impossível: Efeito Fallout

Análise Crítica – Missão Impossível: Efeito Fallout


Review – Missão Impossível: Efeito Fallout
Quando escrevi sobre Missão Impossível: Nação Secreta (2015), mencionei que, apesar de continuar divertindo, a franquia dava sinais de cansaço e estagnação ao repetir as mesmas tramas, sendo necessário que ele encontrasse novo vigor para continuar relevante. Pois bem, é exatamente isso que Missão Impossível: Efeito Fallout faz, traz uma nova energia e uma preocupação maior com seus personagens que me fez me interessar novamente pela franquia.

A trama começa quando Ethan (Tom Cruise), Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames) tentam recuperar material radioativo roubado por terroristas. A missão da errado e o plutônio cai em mãos erradas, sendo necessário que Ethan tente recuperar o plutônio antes que seja usado em um ataque terrorista. A diretora da CIA, Erica Sloan (Angela Bassett), não fica contente com o fato de Ethan ter escolhido salvar sua equipe ao invés de completar a missão e envia o bruto agente Walker (Henry Cavill e seu bigode da discórdia) para supervisionar Ethan. Ao mesmo tempo, o time precisa descobrir a identidade de um agente infiltrado que está ajudando terroristas.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Crítica – O Diabo e o Padre Amorth

Análise Crítica – O Diabo e o Padre Amorth



Review – O Diabo e o Padre Amorth
William Friedkin dirigiu um dos mais célebres filmes de terror de todos os tempos com O Exorcista (1973), sedimentando a história de possessão demoníaca na cultura pop e no imaginário popular. Aos 82 anos, Friedkin continua um cineasta ativo e realizando bons filmes, a exemplo do excelente Killer Joe: Matador de Aluguel (2013), mas seu mais recente trabalho, o documentário O Diabo e o Padre Amorth, está muito aquém de seu trabalho e todo seu legado como cineasta.

O documentário começa com Friedkin examinando a história real que inspirou O Exorcista e o impacto que seu filme teve no imaginário pop, o que renderia um filme interessante, mas isso acaba sendo um breve preâmbulo e a verdadeira intenção do documentário a de mostrar o exorcismo de uma jovem italiana (que já passou por outros oito exorcismos que supostamente não resolveram seu problema) pelo padre Gabriele Amorth.

Em nenhum momento Friedkin questiona a natureza daquilo que aflige a mulher italiana. Do início ao fim ele está completamente convencido de que ela está possuída por alguma força demoníaca e por conta dessa extrema proximidade e deslumbramento com a ideia da possessão demoníaca o veterano diretor não percebe uma questão ética fundamental que emerge de seu registro. Como indivíduo ou mesmo documentarista, Friedkin é livre para pensar, crer e professar suas crenças com bem entender, mas a partir do momento que a tentativa dele em confirmar suas crenças envolve outras pessoas e exibe potencial para impactar suas vidas, um documentarista precisa pensar em que tipo de impacto seu trabalho pode causar sobre o sujeito filmado e se realmente vale a pena expor esses sujeitos sob o risco de um impacto negativo.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Lixo Extraordinário – Birdemic: Shock and Terror


Análise - Birdemic: Shock and Terror


Resenha - Birdemic: Shock and Terror
Eu já falei de muitos filmes ruins, mas é bem possível que nenhum até agora consiga ser tão técnica e artisticamente mal concebido quanto o pavoroso Birdemic: Shock and Terror. Se você sempre quis saber como seria Os Pássaros (1963) se Alfred Hitchcock fosse totalmente incompetente, esse filme oferece uma resposta para essa pergunta.

A trama é centrada em Rod (Alan Bagh), um jovem vendedor de software que acabou de fechar um grande contrato e está prestes a abrir sua própria empresa. Ele conhece a jovem modelo Nathalie (Whitney Moore) e ambos se apaixonam, mas o romance dos dois é interrompido quando os pássaros começam a atacar os seres humanos.

A primeira coisa que chama a atenção é a total falta de ritmo da montagem e quase ausência de decupagem das cenas. A maioria dos planos se alonga mais do que deveria sobre os rostos dos personagens e fachadas de prédios, com o filme demorando alguns segundos para cortar mesmo depois das conversas entre os personagens já terem terminado. O melhor exemplo de como o filme não tem a menor noção de decupagem ou como usar a montagem para conferir ritmo e dar andamento à trama deve ser a sequência que vemos Rod ir trabalhar. Normalmente um filme nos mostra um personagem saindo de casa e já corta para uma imagem dele chegando em seu local de trabalho, afinal, se nada relevante para a trama ou desenvolvimento do personagem acontece no trajeto, não há razão para gastar tempo e dinheiro filmando cenas que não irão servir para nada.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Crítica - Distúrbio


Análise Crítica - Distúrbio


Review - UnsaneO diretor Steven Soderbergh tem constantemente experimentado com gêneros, formatos e maneiras de filmar. Distúrbio, seu mais recente filme, por exemplo, foi quase que inteiramente filmado com um iPhone 7 (em alguns momentos também dá para perceber imagens captadas por drones). Poderia ser meramente uma estratégia publicitária da Apple para promover seu produto, mas Soderbergh consegue criar um suspense psicológico satisfatório dentro dessa proposta de filmar.

A trama acompanha Sawyer (Claire Foy), uma mulher que recentemente mudou de cidade e está se acostumando ao seu novo emprego. Sua mudança foi decorrente de ter sido vítima de um stalker e as marcas do trauma de ser perseguida permanecem com ela ao ponto que a protagonista decide procurar ajuda médica. Após a consulta com a médica, Sawyer é internada em uma clínica psiquiátrica, descobrindo que alguns dos papéis que assinou durante a consulta eram formulários de internação voluntária. Aos poucos, Sawyer começa a perceber coisas estranhas acontecendo, pondo em questão se tudo aquilo é real ou fruto de seu estado mental.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Crítica - Todo Dia


Análise Crítica - Todo Dia


Review - Todo Dia
Todo Dia chama atenção por sua premissa pouco usual para um filme de romance. Uma garota, Rhiannon (Angourie Rice), se apaixona por uma pessoa (ou entidade), autointitulada A, que cada dia ocupa um corpo diferente. É algo com um quê de metafísico ou realismo fantástico, mas lamentavelmente o filme nunca embarca no potencial de sua própria trama.

Rhiannon é constantemente ignorada pelo namorado, Justin (Justice Smith), mas um dia ele chega diferente ao colégio e leva Rihannon em um passeio inesquecível que a faz sentir ainda mais apaixonada pelo rapaz. No dia seguinte, no entanto, Justin não só retorna à sua postura negligente com a namorada como também afirma não se lembrar de nada. Nos dias que seguem, a protagonista é abordada por diferentes pessoas (de ambos sexos) que lhe lembram do dia que teve com Justin até que um desses indivíduos conta a ela que todo esse tempo Rhiannon esteve interagindo com um só indivíduo. Essa pessoa, que diz se chamar A, troca de corpo toda noite e não parece ter um corpo próprio. Intrigada por essa situação pouco usual, Rhiannon vai se aproximando de A em suas diferentes formas.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Crítica - Ilha dos Cachorros


Análise Crítica - Ilha dos Cachorros


Review - Ilha dos Cachorros
Uma animação stop-motion sobre um garoto em busca de seu cachorro perdido parece soar como uma aventura ingênua e afetuosa. Ilha dos Cachorros não deixa de ser isso, mas também é uma reflexão sobre a retórica fascista e como governos autoritários conseguem legitimar o extermínio de minorias.

A narrativa se passa em um futuro próximo no Japão. O governante local declarou todos os cachorros como uma ameaça à saúde pública por eles carregarem diferentes doenças e decide enviar todos os cachorros para uma remota ilha de modo a livrar a sociedade da praga desses animais. O garoto Atari (Koyu Rankin), no entanto, decide ir até a ilha para resgatar seu cachorro Spots (Liev Schreiber). Lá ele encontra a matilha liderada por Chief (Bryan Cranston) e acaba recebendo ajuda deles para encontrar Spots. Na ilha Atari também vai aos poucos descobrindo que exilar os animais na ilha foi só o primeiro passo do governo em um plano maior para o extermínio completo dos cachorros e que o atual governante pertente a uma longa dinastia que ama gatos e odeia cães.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Crítica – Sexy por Acidente


Análise Crítica – Sexy por Acidente


Review – Sexy por Acidente
Misturando elementos de Quero Ser Grande (1988) com O Amor é Cego (2001), Sexy por Acidente é um filme cheio de boas intenções e, embora não seja o primeiro a trazer uma mensagem de que a beleza física não importa, o que torna-o tão interessante é a sinceridade com a qual aborda esse tema em uma sociedade cada vez mais obcecada com a imagem e a beleza física.

A trama é centrada em Renee (Amy Schumer), uma mulher cheia de inseguranças quanto à aparência por não se conformar com os padrões de beleza. Ela é relativamente bem sucedida, mas pensa que sua vida poderia ser bem melhor se ela tivesse um corpo perfeito. Seu desejo é mais ou menos atendido quando ela bate a cabeça na academia e ao acordar acredita ter magicamente adquirido a beleza que tanto desejava, mas na verdade seu corpo não mudou, apenas a percepção que ela tem de si mesma.

O início do filme é hábil em mostrar como determinados padrões de aparência são impostos pelos meios de comunicação, mostrando capas de revista, publicidade e tutoriais de internet que lembram a todos, especialmente mulheres, que existe apenas uma forma, um tipo de corpo, que é considerado belo e todas as outras são incentivadas a correr atrás desses padrões.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Crítica – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada


Análise Crítica – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada


Review – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada
A primeira temporada de The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia em português) foi uma das melhores séries do ano passado. Ambientado em um universo distópico no qual o governo dos Estados Unidos sofreu um golpe de estado e se tornou uma teocracia, o seriado alertava para os perigos de misturar política e religião, bem como os riscos para direitos civis e liberdades individuais que essas forças conservadoras representam.

Havia, no entanto, o temor que essa segunda temporada não conseguisse ser tão boa quanto o seu ano estreia. Primeiro porque era um patamar alto demais para conseguir ser alcançado novamente e segundo pois essa nova temporada não tinha mais o suporte do livro escrito por Margaret Atwood, já que o primeiro ano tinha coberto o romance praticamente inteiro exceto por seu epílogo. A verdade é que este segundo ano é um pouco inferior ao anterior, mas ainda assim continua sendo bastante contundente em seu exame sobre como seria viver sob a égide de um governo religioso e machista. Aviso que a partir desse ponto o texto pode conter SPOILERS da temporada.

A trama começa no ponto em que a primeira temporada parou, com June (Elizabeth Moss) grávida tentando fugir de Gilead para o Canadá com a ajuda de Nick (Max Minghella) e a partir daí acompanhamos os desafios dela em tentar cruzar a fronteira ao mesmo tempo em que o coronel Waterford (Joseph Fiennes) tenta trazer June de volta para sua casa.