Eu fiquei bastante surpreso com a primeira temporada de She-Ra e as Princesas do Poder. Era uma
reinvenção competente da animação oitentista que conseguia trazer uma
inesperada camada de complexidade aos seus personagens em relação ao
maniqueísmo quadrado do produto original. Esse segundo ano segue essa mesma
abordagem de adicionar camadas aos seus heróis e vilões, mas a curta duração
impede que tenha o mesmo impacto do ano de estreia.
Com apenas sete episódios, quase metade em relação aos treze
da primeira temporada, esse segundo ano começa no ponto em que o anterior
terminou. Adora está treinando para dominar seus poderes como She-Ra, as princesas
tentam se organizar para conter o avanço de Hordak e Felina tenta encontrar um
jeito de neutralizar Adora.
Se a primeira temporada era sobre Adora (e em certa medida
as outras princesas também) descobrir o próprio poder, essa segunda é sobre
como a protagonista lida com o peso da responsabilidade de saber que ela
carrega nas costas o destino da resistência contra Hordak. Esse peso cria
inseguranças em Adora, principalmente por ela saber que a última She-Ra foi, de
alguma maneira, responsável por parte da destruição de Etéria. Assim, ela se
torna obcecada em entender o que aconteceu para evitar que os problemas do
passado voltem a se repetir.