A nostalgia, o olhar para o passado, eram reduzidos a produtos de consumo por engodos como O Rei Leão (2019) ou Jogador Nº 1 (2018), que desfiam coisas das quais gostamos na infância diante dos nossos olhos com nenhum outro objetivo além de nos fazer lembrar de nossa juventude, sem ter nada a dizer sobre isso. Temporadas recentes de South Park até fizeram piada com essa tendência nostálgica com as Member Berries, frutas que fazem as pessoas reviver as memórias de infância e que colocam quem come em uma espécie de torpor nostálgico.
Como South Park bem aponta, essa tendência consiste de um passadismo alienante, feito para nos manter dóceis consumindo em silêncio, gratos por podermos esquecer os problemas do mundo por algumas horas e lembrarmos de uma época em que éramos mais ingênuos e felizes. Imaginei que Cobra Kai fosse ser mais um nessa onda de revival oitentista, mas estava enganado. Cobra Kai é a antítese de todo esse movimento da indústria e vê esse apego a uma nostalgia acrítica não como um refúgio, mas como algo que impede as pessoas de amadurecerem. Posteriormente, o longa animado A Vida Moderna de Rocko: Volta ao Lar (2019) também adotaria uma postura crítica diante da atual onda nostálgica.