sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Crítica – Mulher Maravilha 1984

 

Análise Crítica – Mulher Maravilha 1984

Review – Mulher Maravilha 1984
O primeiro Mulher Maravilha (2017) foi uma grata surpresa, então logicamente fiquei mais do que empolgado com a possibilidade de uma continuação. Quando saíram as primeiras informações temi que Mulher Maravilha 1984 fosse usar a ambientação oitentista como mera muleta afetiva para um nostalgismo rasteiro como muitos blockbusters recentes. Felizmente isso não aconteceu, ainda que tenha alguns problemas na construção das regras que regem alguns elementos de seu universo.

Como o título diz, a trama se passa em 1984 e Diana (Gal Gadot) trabalha em segredo como Mulher Maravilha ao mesmo tempo que mantem uma fachada de normalidade com um emprego em um museu. Depois de recuperar artefatos raros roubados, Diana encontra uma estranha pedra que concede desejos a quem a segura. A gema é usada pela colega de Diana, Barbara Minerva (Kristen Wiig), que acaba ganhando estranhos poderes. Em busca da joia também está o empresário Maxwell Lord (Pedro Pascal), que deseja o artefato para obter ainda mais poder e dinheiro.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Crítica – Uma Noite em Miami

 

Análise Crítica – Uma Noite em Miami

Review – Uma Noite em Miami
Assistindo Uma Noite em Miami me lembrei bastante de A Voz Suprema do Blues (2020) por conta das similaridades entre os dois. São dramas históricos, levemente baseados em eventos reais e que adaptam uma peça de teatro. Ambos são focados em um grupo de personagens em um pequeno espaço falando sobre suas experiências com o racismo, mas há diferenças grandes de escolhas estilísticas entre os dois que tornam Uma Noite em Miami mais fluido de assistir.

A trama é baseada no encontro real do ativista Malcolm X (Kingsley Ben-Adir), o lutador Cassius Clay (Eli Goree), o músico Sam Cooke (Leslie Odom Jr) e o jogador de futebol americano Jim Brown (Aldis Hodge) em um quarto de hotel em Miami. Ao longo da noite eles conversam sobre suas trajetórias, sobre o papel do movimento negro e a luta por direitos civis que aconteciam na década de 60.

A ideia aqui parece ser confrontar os diferentes olhares e perspectivas da experiência das pessoas negras da época, compreendendo que o movimento negro é heterogêneo e interseccional, mas, ao mesmo tempo, reconhecendo que a luta que os une é muito maior que as diferenças que os distanciam. Por mais que o texto inteligentemente reconheça que não há um caminho único para combater o racismo, também pondera sobre a possibilidade de que essas diferentes abordagens podem encontrar um terreno comum e da força que há em trabalhar em conjunto.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Crítica – O Tigre Branco

 Análise Crítica – O Tigre Branco


Review – O Tigre Branco
Com uma trama passada na Índia e contando uma história sobre superação da pobreza, O Tigre Branco não é um conto de otimismo e esperança como Quem Quer Ser um Milionário (2008). Na verdade, em uma cena o protagonista até faz piada com o fato de na vida dele as coisas não se resolverem rapidamente com o prêmio de um programa de perguntas e respostas. Aqui, a Índia é mostrada como um espaço tão desigual que não permite qualquer mobilidade social que não seja pelo crime.

A narrativa é centrada em Balram (Adarsh Gourav), um jovem pobre de uma pequena aldeia no interior da Índia. Sua vila é constantemente oprimida por um senhorio que cobra um terço do que todos ganham, chamado por Balram de “O Cegonha” (Mahesh Manjrekar), não dando muita oportunidade das pessoas mudarem de vida ou saírem daquele local. Balram vislumbra uma chance quando surge a possibilidade de trabalhar como motorista de Ashok (Rajkummar Rao), filho do Cegonha que volta à Índia depois de anos vivendo nos Estados Unidos. Balram consegue o emprego e a partir disso passa a fazer qualquer coisa para ser bem visto por Ashok e sua família desejando subir na hierarquia de funcionários.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Crítica – Por Que as Mulheres Matam

 Análise Crítica – Por Que as Mulheres Matam


Review – Por Que as Mulheres Matam
Fui assistir a série Por Que as Mulheres Matam sem saber muito o que esperar, mas o que encontrei foi uma deliciosa comédia sombria que subverte diversas romantizações sobre a vida familiar e o papel da mulher na sociedade. Na verdade, um dos principais méritos da série é o modo como constantemente consegue surpreender e nos levar a caminhos inesperados.

A série se pretende como uma antologia e a primeira temporada conta três histórias que acontecem em uma mesma mansão em épocas diferentes. A primeira história se passa na década de 60, com Beth Ann (Ginnifer Goodwin) sendo uma esposa dedicada que descobre uma traição do marido, Rob (Sam Jaeger). A segunda história se passa nos anos 80 e acompanha Simone (Lucy Liu), que descobre que o marido, Karl (Jack Davenport), é gay. Frustrada, Simone começa a ter um caso com um jovem da vizinhança, Tommy (Leo Howard). Já a terceira história se passa nos dias atuais sendo centrada no casal Taylor (Kirby Howell-Baptiste) e Eli (Reid Scott), que vivem um casamento aberto. A dinâmica deles muda depois que Taylor leva para casa uma de suas amantes, Jade (Alexandra Daddario), depois de Jade ser ameaçada por um ex-namorado violento.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Rapsódias Revisitadas – Batman: A Máscara do Fantasma

Análise Crítica – Batman: A Máscara do Fantasma

Review – Batman: A Máscara do Fantasma
Lançado em 1993 e dirigido por Bruce Timm, a mesma mente criativa responsável por Batman: A Série Animada (1992-1995), o longa animado Batman: A Máscara do Fantasma é um dos filmes que melhor entende e sintetiza quem é o personagem, sendo uma das melhores representações do homem-morcego nas telas e talvez não seja reconhecida como tal por se tratar de uma animação.

Na trama, uma misteriosa figura chamada de Fantasma está matando os líderes da máfia de Gotham City. Muitos acham que o Batman é o responsável pelas mortes, mas o homem-morcego começa a investigar os crimes para deter o culpado e provar a própria inocência. Ao mesmo tempo, Andrea Beaumont, uma antiga namorada de Bruce Wayne, retorna a Gotham City, despertando em Bruce sentimentos que ele nem lembrava que tinha.

Impressiona como a narrativa consegue condensar em pouco mais de oitenta minutos os elementos principais do Batman e suas múltiplas facetas de maneira bastante consistente. Vemos o aspecto detetivesco do herói, suas habilidades de combate, o modo como ele instila medo nos criminosos, a fachada de playboy irresponsável para que ninguém desconfie dele, tudo está presente.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Lixo Extraordinário – Killer Workout

 Resenha Crítica - Killer Workout


Review - Killer Workout
Lançado em 1987, Killer Workout é um filme de terror sobre um serial killer que mata pessoas dentro de uma academia. É o tipo de premissa que já informa ao espectador que se trata de um filme B bem tosco que provavelmente não tem qualquer preocupação em fazer sentido e é exatamente isso que você vai encontrar aqui.

A trama começa com uma mulher entrando em uma câmera de bronzeamento artificial até que algo dá errado e ela é queimada viva. Imaginamos que essa é a primeira vítima do assassino, mas a cena será importante para uma reviravolta futura. Corta para a academia pertencente a Rhonda (Marcia Karr), um negócio em crescimento graças às aulas de aeróbica, cujos membros começam a ser mortos por um assassino misterioso.

Considerando a curta duração da fita, com cerca de oitenta minutos, chama a atenção da quantidade de imagens de mulheres praticando aeróbica e poses sugestivas, com pernas abertas ou bunda para cima, ou closes de traseiros e seios balançando que o filme insere e que provavelmente compõem um pouco mais de dez por cento de sua minutagem. São imagens que não tem qualquer propósito além de expor os corpos das figurantes ou apenas encher a duração do filme para que ele conseguisse chegar ao tamanho de um longa metragem. Na verdade, fica a impressão de que esse deveria ser um pornô, mas tiraram toda nudez explícita e deixaram só as cenas da “história”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina: 4ª Temporada

 Análise Crítica – O Mundo Sombrio de Sabrina: 4ª Temporada


Review – O Mundo Sombrio de Sabrina: 4ª Temporada
Depois de uma ótima primeira temporada, O Mundo Sombrio de Sabrina experimentou duas temporadas irregulares até chegar neste quarto que foi anunciado como o último. Na época não sabia se era um final devidamente planejado como tal ou a Netflix simplesmente decidiu não continuar da série, mas depois de ver todo o quarto ano a impressão é de que foi a segunda opção, já que não parece a culminação de tudo que foi construído até aqui.

A trama começa no ponto em que a terceira parou, com Sabrina (Kiernan Shipka) se dividindo em duas para aproveitar o melhor dos dois mundos, com a Sabrina Spellman ficando em Greendale e indo para o colégio enquanto Sabrina Morningstar fica no inferno governando ao lado do pai, Lúcifer (Luke Cook). Enquanto isso, o Padre Blackwood (Richard Coyle) libera os Horrores Sobrenaturais, criaturas ancestrais de grande poder, trazendo uma nova ameaça a Greendale.

A ideia de duas Sabrinas poderia render um bom estudo de personagem para entender como ela precisa existir nesses dois mundo para ser quem é e se restringir a um deles a faria sentir incompleta. O início da temporada até toca nesses temas, com ela inventando uma assombração na escola só para que tenha uma ameaça para combater ao lado dos amigos. Conforme a temporada progride, no entanto, essas questões são deixadas de lado e a própria versão infernal de Sabrina acaba aparecendo muito pouco.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Crítica – Amor em Little Italy

 

Análise Crítica – Amor em Little Italy

Review – Amor em Little Italy
Fui assistir Amor em Little Italy esperando algo como uma versão ítalo americana de Casamento Grego (2002), uma comédia romântica sobre um grupo específico de imigrantes que usa o humor para celebrar e homenagear essa herança cultural. O que encontrei, porém, é um filme cheio de clichês e estereótipos, seja em relação à trama de romance, seja em relação à representação da população ítalo-americana.

A trama acompanha o casal Leo (Hayden Christensen) e Nikki (Emma Roberts). Os dois se conhecem desde a infância quando os pais de ambos tinham uma pizzaria juntos. Décadas depois, Nikki retorna ao antigo bairro para passar alguns dias com os pais antes de partir para um emprego na Inglaterra e reencontra Leo, trazendo de volta sentimentos que ela pensava ter superado.

Christensen e Roberts se esforçam para tentar trazer alguma química ao casal, mas não conseguem superar o fato de que não há qualquer drama, tensão ou conflito entre eles. Já nas primeiras cenas o filme nos informa que eles tinham algo um pelo outro desde a infância e a rivalidade entre as famílias, que seria o principal elemento de conflito, não repercute em quase nada na trama do casal, fazendo pouca diferença. Só no final que a questão da disputa familiar se torna um fator, mas é resolvido tão rápido que não tem muito impacto.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Crítica – Zona de Combate

 

Análise Crítica – Zona de Combate

Review – Zona de Combate
Apesar de se passar em um futuro no qual a guerra é travada por robôs, Zona de Combate, produção original da Netflix, nunca aproveita ou justifica plenamente a ambientação que cria. Há uma tentativa de construir uma mensagem sobre a guerra, no entanto, durante boa parte da projeção também não parece haver um direcionamento claro da construção desse discurso.

Na trama, depois que o piloto de drones Harp (Damson Idris) contraria ordens e realiza ações que causam a morte de dois soldados aliados, ele é enviado diretamente para a zona de guerra para entender o que as tropas em solo passam e aprender que as consequências da guerra são mais severas do que aparecem nos monitores. Chegando lá ele é colocado para trabalhar com o androide Leo (Anthony Mackie) que está na caça por um perigoso traficante de armas Koval (Pilou Asbaek).

A ambientação no futuro nunca se justifica plenamente, já que a mensagem principal da trama, de que a guerra é ruim e desumanizante, poderia ser transmitida tranquilamente sem esse artíficio. Leo poderia simplesmente ser um soldado que se rebela contra as ordens de seus superiores por achá-las imorais que não faria diferença alguma. A impressão é que a questão do futuro só foi inserida para permitir algumas cenas de ação mais grandiloquentes com Leo enfrentando vários inimigos sozinhos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Crítica – Duas Por Uma

Resenha Crítica – Duas Por Uma

Review – Duas Por Uma
Duas Por Uma é daqueles filmes que não sabe que caminho seguir com sua premissa, tenta ir a várias direções diferentes e acaba não funcionando em nenhuma. Uma pena, pois a atriz Drew Barrymore consegue fazer as duas protagonistas soarem como pessoas completamente diferentes, mas o texto não dá a ela estofo suficiente para que nenhuma delas funcione.

A trama gira em torno de Candy (Drew Barrymore), uma atriz de comédia cuja carreira está afundando graças ao seu vício em drogas e seu péssimo temperamento. Paula (também Barrymore) é a substituta de Candy, ficando no set para que a equipe de filmagem ajuste luz, enquadramento ou façam as tomadas em que Candy não precisa falar ou mostrar o rosto. Com a decadência de Candy, Paula teme ficar sem trabalho e resolve ajudar Candy a reerguer a carreira se passando por ela.

Auxiliada por uma maquiagem que torna Paula levemente diferente da aparência normal de Barrymore, ainda que próxima o bastante para parecer com ela (cheguei a ficar em dúvida se ela era interpretada pela própria Drew), a atriz em ótima em fazer Candy e Paula soarem como pessoas completamente diferentes. Não só a voz é um pouco distinta, mas os maneirismos, linguagem corporal e outros elementos convencem de que estamos diante de pessoas diferentes.