O sucesso do primeiro Top Gun (1986) se devia não apenas às
cenas de ação, mas o modo como o diretor Tony Scott se apropriava da
masculinidade hiperbólica que dava o tom do cinema de ação hollywoodiano
daquela época, levando esses elementos ao extremo revelando uma certa breguice
e homoerotismo por trás desses ambientes de testosterona elevada. Pois agora
este Top Gun: Maverick volta a
explorar todos os elementos que deram certo no original, produzindo um filme
pipoca que vai direto ao ponto e não tem receio de cafona.
Na trama, Maverick (Tom Cruise) é
chamado de volta à academia Top Gun para treinar uma nova geração de pilotos e prepará-los
para uma difícil missão. Lógico que esses ases indomáveis tem seus egos e
Maverick precisa ensiná-los tanto a manejarem suas aeronaves quanto a saberem
trabalhar em equipe. O protagonista tem seu próprio foco de tensão na equipe
com a presença de Rooster (Miles Teller), filho de seu falecido parceiro Goose
(Anthony Edwards).
Sim, a trama segue muito das
mesmas batidas do filme original, inclusive com segmentos bem parecidos, como a
sessão de piano no bar, os esportes sem camisa na praia ou as tomadas de
Maverick acelerando de moto ao lado de pistas de pouso. Ainda assim, há um
inegável senso de diversão conforme o filme explora o senso de
hipermasculinidade de seus personagens, sempre tentando mostrar uns aos outros
quem é o maioral através de frases de efeito desavergonhadamente cafonas e
justamente por isso funcionam.