Desde as primeiras cenas o filme constrói uma atmosfera de solidão investindo nos silêncios, nos ruídos ambientes, com pouca ou nenhuma música, ressaltando os vazios e ausências que marcam o cotidiano de Lynsey. Do mesmo modo, já nos primeiros momentos vemos como os traumas do Afeganistão ainda estão presentes na personagem como no ataque de pânico que ela tem assim que começa a dirigir.
É uma narrativa mais introspectiva, que se constrói através dos olhares e movimentos discretos (ou ausência de movimento já que Lynsey ainda tem dificuldade de manusear objetos por conta da lesão cerebral), com Jennifer Lawrence sendo eficiente em trazer a dor e o desespero silencioso de Lynsey por estar naquela situação. Igualmente competente é o trabalho de Bryan Tyree Henry, que traz um olhar pesaroso e cansado para James, um sujeito que se deixou afundar na própria culpa e luto.