quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Crítica – Pokémon Scarlet e Violet

 

Análise Crítica – Pokémon Scarlet e Violet

De certa forma Pokémon Scarlet/Violet é a culminação de um esforço de construir um game de mundo aberto na franquia Pokémon que começou lá em Pokémon Sword/Shield com uma área aberta que interligava os principais locais do mapa. O jogo recebeu duas expansões, Isle of Armor e The Crown Tundra, que se passavam em ambientes totalmente abertos, ainda que menores que o mapa principal. A Game Freak voltou a explorar a possibilidade de um jogo em espaços abertos no início desse ano com Pokémon Legends Arceus cuja exploração se dividia em grandes áreas abertas. Pois agora em Pokémon Scarlet/Violet finalmente temos um jogo com um mundo completamente aberto e de exploração não linear. É o que os fãs pediam há muito tempo, embora não esteja livre de problemas.

A trama se passa na região de Paldea (inspirada pelo interior da Espanha) é praticamente a mesma de outros games, você é um jovem treinador que deseja se tornar o melhor e para tal entra na Naranja (em Scarlet) ou na Uva (em Violet) Academy para refinar seus talentos. Depois de um tutorial relativamente longo considerando que Sword/Shield era bem rápido em deixar o jogador solto para explorar, o seu treinador fica livre para perambular por Paldea enquanto cumpre três linhas narrativas distintas.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Crítica – Wandinha

 

Análise Crítica – Wandinha

Review – Wandinha
Tinha lá minhas dúvidas se uma série solo da Wandinha iria funcionar, já que muito do apelo da Família Addams vem das interações do núcleo familiar, algo que os dois filmes da década de noventa exploraram muito bem. Para minha surpresa Wandinha é uma série bacana principalmente por conta de algumas decisões certeiras de casting.

Na série, depois de quase matar um grupo de garotos que fazia bullying com o seu irmão, Wandinha (Jenna Ortega) é expulsa da escola e seus pais a matriculam no colégio interno Nunca Mais, instituição em que Gomez (Luis Guzman) e Mortícia (Catherine Zeta Jones) estudaram quando jovens. Apesar de situado em uma pacata cidade do interior, o colégio é frequentado por párias e seres sobrenaturais que, obviamente, não se dão bem com os habitantes da cidade. As coisas se complicam quando uma estranha criatura começa a matar tanto estudantes quanto locais, mas Wandinha decide investigar os crimes.

Jenna Ortega é uma escalação perfeita como Wandinha, captando os maneirismos secos, a fala direta e o senso de humor sombrio da jovem Addams. O carisma trevoso que Ortega traz para a personagem mantem a jornada de Wandinha interessante e excêntrica (a cena de dança no quarto episódio é impagável) mesmo quando tudo ao seu redor se limita a reproduzir clichês batidos de séries adolescentes.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Drops – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas

 

Análise - Drops – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas




Review – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
Assim como falei em Lobisomem da Noite, gosto desse formato da Marvel de especiais mais soltos e mais curtos, que vão direto ao ponto sem demandar que precisemos assistir meia dúzia de filmes antes ou aguentar mais de duas horas e meia de filme. Este Guardiões da Galáxia: Especial de Festas cumpre exatamente o que se propõe: ser um divertido especial de fim de ano ao mesmo tempo em que posiciona algumas dinâmicas para o terceiro filme dos Guardiões.

A trama foca principalmente em Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff). Depois de ouvirem como Yondu (Michael Rooker) sabotou o Natal de Peter (Chris Pratt) desde a infância, a dupla decide trazer o Natal da Terra até Peter. Para isso Drax e Mantis decidem vir à Terra e sequestrar o ator Kevin Bacon (interpretando a si mesmo) para levá-lo de presente a Peter.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Lixo Extraordinário – Fuga Para a Vitória

 

Análise Crítica – Fuga Para a Vitória

Review Crítica – Fuga Para a Vitória
Pelé é o maior jogador de futebol de todos os tempos. Na década de oitenta Sylvester Stallone era um dos astros de Hollywood em maior ascensão depois do sucesso do primeiro Rocky. Logo, juntar os dois em um filme como este Fuga Para a Vitória, lançado em 1981, não tinha como ser ruim, certo? Errado. O resultado, embora longe do nível de incompetência de muitos filmes abordados nesta coluna (afinal trata-se de uma produção dirigida por John Houston), é extremamente entediante e falha em capturar a empolgação de uma partida decisiva de futebol.

A trama se passa durante a Segunda Guerra Mundial, focada em um campo de prisioneiros de guerra composto por soldados de diferentes países capturados pelos nazistas. Lá, Colby (Michael Caine) treina um time de futebol para passar o tempo e o estadunidense Hatch (Sylvester Stallone) tenta aprender a jogar apesar de não entender porque não se pode usar as mãos como no futebol americano. Ao ver o time de Colby o oficial nazista Steiner (Max Von Sydow) propõe um jogo amistoso entre prisioneiros e nazistas. Colby se nega inicialmente, mas aceita ao ver a possibilidade de melhorar as condições dos prisioneiros, enquanto que Hatch vê no jogo uma oportunidade de fugir.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Crítica – Passagem

 

Análise Crítica – Passagem

Review – Passagem
Não esperava muita coisa de Passagem, fui assistir sem saber nada a respeito e me surpreendi com o cuidado com o qual o filme trata o caminho de reabilitação de seus personagens do trauma que sofreram. A trama é focada em Lynsey (Jennifer Lawrence), uma soldado que volta à sua cidade natal depois de sofrer uma lesão na cerebral enquanto servia no Afeganistão. Precisando se recuperar física e psicologicamente, Lynsey consegue um trabalho limpando piscinas e começa uma amizade com o mecânico James (Bryan Tyree Henry), que perdeu uma perna e a família inteira em um acidente de carro.

Desde as primeiras cenas o filme constrói uma atmosfera de solidão investindo nos silêncios, nos ruídos ambientes, com pouca ou nenhuma música, ressaltando os vazios e ausências que marcam o cotidiano de Lynsey. Do mesmo modo, já nos primeiros momentos vemos como os traumas do Afeganistão ainda estão presentes na personagem como no ataque de pânico que ela tem assim que começa a dirigir.

É uma narrativa mais introspectiva, que se constrói através dos olhares e movimentos discretos (ou ausência de movimento já que Lynsey ainda tem dificuldade de manusear objetos por conta da lesão cerebral), com Jennifer Lawrence sendo eficiente em trazer a dor e o desespero silencioso de Lynsey por estar naquela situação. Igualmente competente é o trabalho de Bryan Tyree Henry, que traz um olhar pesaroso e cansado para James, um sujeito que se deixou afundar na própria culpa e luto.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Crítica – Warrior Nun: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – Warrior Nun: 2ª Temporada

Review – Warrior Nun: 2ª Temporada
A primeira temporada de Warrior Nun entendia o quanto sua premissa aloprada podia ser divertida e tentava extrair o melhor disso. A série, no entanto, esbarrava em problemas de ritmo que deixavam a temporada excessivamente arrastada. Essa segunda temporada de Warrior Nun, porém, explora um pouco melhor as potencialidades do material.

O segundo ano começa alguns meses depois dos eventos que encerram a temporada de estreia. Ava (Alba Baptista) e Beatrice (Kristina Tonteri-Young) estão escondidas na Holanda depois de terem sido derrotadas pelo poderoso Adriel (William Miller), que busca o halo usado por Adriel. A mesmo tempo, a Madre Superiora (Sylvia de Fanti) e as demais guerreiras estão se reorganizando para combater a nova ameaça. Lilith (Lorena Andrea) retorna do Outro Lado com estranhos poderes.

A trama tem um ritmo mais ágil do que a temporada anterior, imprimindo um maior clima de urgência que traduz bem a ameaça que Adriel representa e o que está em jogo caso o vilão vença. Claro, a narrativa tem lá seus problemas, principalmente pelo modo como faz certos personagens mudarem constantemente de lado, com guinadas que nem sempre soam devidamente merecidas. Do mesmo modo, a maneira com a qual os poderes de Ava falham, por mais que seja explicada pela trama, parece acontecer mais por conveniência do roteiro do que consistência de suas regras.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Crítica – Escola Base: Quando Um Repórter Enfrenta o Passado

 

Análise Crítica – Escola Base: Quando Um Repórter Enfrenta o Passado

Review Crítica – Escola Base: Quando Um Repórter Enfrenta o Passado
Qualquer pessoa que passou por uma faculdade de Comunicação certamente ouviu falar do caso da Escola Base. Exemplo basilar de como o jornalismo descuidado pode destruir a reputação e a vida de inocentes, a apuração do caso arruinou uma pré-escola em São Paulo e a vida dos donos depois que uma mãe fez denúncias delirantes sobre supostos abusos sexuais que as crianças eram submetidas na escola. Eventualmente foi provado que todos eram inocentes e nenhum abuso tinha ocorrido, mas o estrago na vida daquelas pessoas já estava feito. O documentário Escola Base: Quando Um Repórter Enfrenta o Passado coloca o repórter Valmir Salaro, que foi o primeiro a cobrir o caso em 1993, para refletir sobre a própria cobertura e os impactos dela na vida dos envolvidos.

É um raro caso de autocrítica da imprensa, que raramente assume responsabilidade pelos seus erros, com Valmir corajosamente se colocando na mira das câmeras para examinar o que podia ter sido feito de diferente e também conversando com as famílias afetadas para tentar realizar alguma medida de separação. Lógico, Valmir não foi o único responsável pela injustiça da apuração no caso e o documentário trabalha para mostrar os vários problemas que cercaram a investigação desde o início.

domingo, 20 de novembro de 2022

Rapsódias Revisitadas – Alma no Olho

 

Análise – Alma no Olho

O Brasil produz cinema desde o final do século XIX, mas só na década de 1970 que tivemos uma pessoa negra ocupando pela primeira vez a função de diretor. O pioneirismo coube a Zózimo Bulbul, ator com uma longa trajetória no cinema tendo trabalhado com diretores importantes do Cinema Novo como Glauber Rocha e Leon Hirszman. Talvez tenha sido justamente o prestígio angariado em sua trajetória como ator que permitiu a ele abrir caminho para sua estreia como diretor no curta-metragem Alma no Olho lançado em 1974.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Drops – Wendell & Wild

 

Análise Crítica – Wendell & Wild

Review – Wendell & Wild
Tenho um fraco por animações em stop motion, então logo que vi esse Wendell & Wild no catálogo da Netflix me interessei em ver. É uma aventura que mistura comédia e terror, fazendo uma boa mescla dos dois gêneros. A trama é protagonizada por Kat, uma garota órfã que retorna à sua cidade natal apenas para descobrir que uma mega corporação agora é dona de praticamente tudo. Desejando retomar a cidade, incluindo o negócio de seus falecidos pais, Kat acaba fazendo um acordo com os demônios Wendell e Wild, trazendo-os para o mundo material e tirando-os de sua prisão infernal em troca de que eles ressuscitem seus pais. O problema é que os demônios não são exatamente competentes no que fazem e ressuscitam pessoas erradas, causando uma grande confusão.

O longa chama atenção por seu aspecto visual e a criatividade com a qual concebe seu plantel de seres infernais, mortos vivos e seres sobrenaturais. São designs bizarros o suficiente para soarem fora de nosso mundo, mas ao mesmo tempo divertidos o suficiente para não assustarem um público infantil. Boa parte dos personagens remete aos dubladores como os demônios Wendell e Wild, cuja aparência remete a Jordan Peele e Keegan Michael Key, que fazem as vozes da dupla em inglês.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Crítica – Sally: Fisiculturismo e Assassinato

 

Análise Crítica – Sally: Fisiculturismo e Assassinato

Review – Sally: Fisiculturismo e Assassinato
A essa altura serviços de streaming já tem um formato praticamente pronto de séries documentais sobre crimes, basta pegar uma história qualquer em encaixar na estrutura pré existente. Essa é a impressão que passa a minissérie Sally: Fisiculturismo e Assassinato que, como a maioria das séries documentais sobre crimes, se constrói em cima da mesma estrutura de depoimentos e imagens de arquivo, além de um número de episódios maior do que seria necessário para contar a história.

A trama segue a fisiculturista Sally McNeil, que na década de noventa foi presa depois de matar o marido a tiros quando ele tentava agredi-la. A série usa o evento para falar sobre machismo e sensacionalismo midiático. Como já mencionei, a estrutura é bem típica e acomodada no que se tornou padrão desse tipo de produto, arriscando ou ousando muito pouco. Também se tornou típico estender a história mais do que necessário, com muitos elementos redundantes ou que acrescentam pouco à narrativa principal, inchando o produto desnecessariamente. Poderia ser um longa documental conciso de cerca de noventa minutos, mas os realizadores desnecessariamente alongaram o material para render três episódios de cerca de cinquenta minutos.