Dirigido por Sam Mendes,
Império da Luz tenta falar sobre solidão,
nostalgia e o poder do cinema, mas nem sempre consegue costurar todas as suas
ideias em um conjunto coeso. O cenário na Inglaterra da década de 80 parece
evocar experiências pessoais do diretor, embora não seja um filme calcado na
relação dele próprio com o cinema como aconteceu em produções como
Belfast (2021) ou
Os Fabelmans (2022).
A narrativa se passa em uma
pequena cidade litorânea da Inglaterra. Hilary (Olivia Colman) é uma mulher
solitária de meia idade que parece ter perdido o ânimo, fazendo tudo
mecanicamente, inclusive sexo com o dono (Colin Firth) do cinema no qual trabalha, muito por
causa da pesada medicação que ela toma depois de um período internada por
problemas mentais. As coisas mudam quando ela tem que treinar o novo
funcionário, Stephen (Micheal Ward), um jovem negro cheio de energia. Aos
poucos eles se aproximam e aprendem mais sobre o outro.
Olivia Colman é ótima em nos
fazer perceber as várias camadas e variações bruscas de humor de Hilary. Com um
olhar que evoca fragilidade e solidão, mas também uma quantidade enorme de
frustração por uma que ela vem deixando passar diante dela embora ainda guarde
uma fração de esperança de encontrar felicidade. Sentimos a dor que ela carrega,
inclusive por afastar as pessoas ao seu redor com seu jeito abrasivo, e o
desejo de transformar a vida. Colman nos faz embarcar na jornada de Hilary
mesmo quando o roteiro não desenvolve bem seus caminhos.