quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Crítica – O Porteiro

Review – O Porteiro


Análise Crítica – O Porteiro
A comédia tem sido um dos gêneros mais rentáveis do cinema brasileiro nos últimos anos. Depois do sucesso de adaptações de produções teatrais como Minha Mãe é Uma Peça ou Os Homens São de Marte e é pra lá Que Eu Vou era de se imaginar que voltássemos ao teatro em busca de novos sucessos. O Porteiro é a nova tentativa de fazer uma comédia audiovisual de carona em um sucesso teatral.

A trama acompanha Waldisney (Alexandre Lino), porteiro de um prédio de classe média na zona sul do Rio de Janeiro. Quando uma confusão irrompe no condomínio todos são levados para a delegacia e o porteiro precisa explicar o que aconteceu para um impaciente delegado (Maurício Manfrini). O relato de Waldisney rememora tudo que aconteceu ao longo do dia e suas interações com os pitorescos habitantes do prédio.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O Urso e a família enquanto sentença

 

Análise O Urso e a família enquanto sentença

Ao assistir o sexto episódio da segunda temporada de O Urso me lembrei do pôster do filme Os Excêntricos Tenenbaums (2001) que trazia a frase “família não é uma palavra, é uma sentença”. A frase trazia uma brincadeira de duplo sentido com a palavra sentença. De um lado podia significar sentença no sentido de período ou frase, afirmando que família é algo tão complicado que é uma frase inteira em uma só palavra. Por outro lado, sentença podia ser entendido como uma sentença jurídica, uma decisão de uma instância de poder que decide o rumo de sua vida. Nesse caso seria possível entender a família como algo que carregamos conosco querendo ou não e que para o bem ou para o mal define muito de nossos rumos, transmitindo valores, visões de mundo, bens matérias, traumas, preconceitos e uma série de outras coisas.

 

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Crítica – The Beanie Bubble: O Fenômeno das Pelúcias

 

Análise Crítica – The Beanie Bubble: O Fenômeno das Pelúcias

Review – The Beanie Bubble: O Fenômeno das Pelúcias
De início The Beanie Bubble: O Fênomeno das Pelúcias parece mais um desses filmes sobre produtos para tentar contar uma história de um produto bem sucedido para falar de superação de dificuldades e sucesso. A impressão é que filmes como esse, Air, Tetris ou Flamin Hot são feitos para reproduzir mitos capitalistas sobre como basta trabalhar duro e acreditar em si para ter sucesso, mas como a ideia de meritocracia já não convence tanto e vivemos em um desencanto com o capitalismo, Hollywood decide contar histórias de sucesso de produtos. Felizmente a produção da AppleTV+ não cai nessa mera exaltação do capitalismo, mas exibe outros problemas.

A trama conta a história de ascensão e queda dos Beanie Babies bichinhos de pelúcia colecionáveis que viraram febre no início da década de 90 e gerou todo um mercado paralelo de colecionadores já que cada pelúcia era produzida em número limitado. A narrativa foca em Ty Warner (Zach Galifianakis), criador da empresa, e nas mulheres ao redor dele que foram essenciais para o sucesso da empresa. Robbie (Elizabeth Banks) era a sócia de Ty e responsável pelo dia a dia administrativo da corporação, Maya (Geraldine Viswanathan) foi quem teve a ideia dos Beanies serem lançados em número limitado e usar a nascente internet para fomentar comunidades de colecionadores e Sheila (Sarah Snook) era a noiva de Ty e as filhas dela deram ao empresário muitos designs para as pelúcias.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Crítica – Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá

 

Análise Crítica – Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá

Review  – Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá
Quando a vinheta da Happy Madison, produtora de Adam Sandler, passou no início deste Você Não Tá Convidada pro Meu Bat Mitzvá temi pela minha sanidade. Parecia mais um projeto para Sandler dar dinheiro para seus chapas e parentes. Não deixa de ser isso já que ele coloca praticamente toda a família e alguns comediantes que só fazem filmes com ele. No entanto a diretora Sammi Cohen, do bacana e pouco visto Crush: Amor Colorido (2022), consegue dar alguma emotividade consistente que faz o filme funcionar apesar de ser uma trama de amadurecimento bem típica.

A trama é protagonizada por Stacy (Sunny Sandler) é uma jovem prestes a fazer seu bat mitzvá e quer ter a festa dos sonhos. Ela e a melhor amiga, Lydia (Samantha Lorraine), estão planejando tudo para ser perfeito e Stacey tem esperanças de conquistar o garoto de quem gosta, Andy (Dylan Hoffman), mas as coisas se complicam quando Lydia fica com Andy e as duas amigas rompem.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Drops – O Amor Mandou Mensagem

 

Análise – O Amor Mandou Mensagem

Review – O Amor Mandou Mensagem
Estrelado por Priyanka Chopra e Sam Heughan, O Amor Mandou Mensagem começa como uma comédia romântica bem padrão e previsível que poderia até funcionar por conta do carisma da dupla principal, mas acaba prejudicada pelo modo como lida com seus temas centrais. A trama segue a ilustradora Mira (Priyanka Chopra), cujo noivo morreu há dois anos. Ainda assim ela se sente conectada a ele e manda mensagens para seu antigo número como forma de desabafar. O repórter Rob (Sam Heughan) recebe um novo telefone de seu trabalho e, por coincidência, é o número do falecido noivo de Mira. Ele se encanta pelas mensagens que ela manda e decide encontrá-la, a questão é que Rob não revela que recebia as mensagens.

É óbvio que eles vão se apaixonar. É óbvio que o fato de Rob ocultar o motivo de ter se aproximado de Mira irá dar errado e fazê-la se afastar. É óbvio que ele irá reconquistá-la com um grande gesto romântico ao final. É possível chegar a essas conclusões já nos primeiros minutos e todas as batidas da história vão exatamente nessa direção. O casal principal até tem carisma e química, mas Heughan é prejudicado por um texto que força a barra em fazer Rob soar como um sujeito que não sabe lidar com mulher com mulheres e enche o personagem de diálogos ruins. A fala dele sobre o que ele gosta em basquete, por exemplo, poderia se aplicar a qualquer esporte.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Lixo Extraordinário – Rollerball

 

Análise Crítica – Rollerball

Review – Rollerball
Já falei de muitos filmes ruins nessa coluna, já me alonguei contando histórias de produções problemáticas e malucas (como o caso de The Room), mas nenhum dos filmes abordados até aqui foi tão ruim ao ponto de levar à prisão do diretor como aconteceu em Rollerball. Lançado em 2002, o filme era um remake de Rollerball: Gladiadores do Futuro (1975), estrelado por James Caan. A produção de 1975 adaptava um conto de William Harrison e era uma ficção científica distópica na qual em 2018 corporações controlavam o mundo, detinham todo o conhecimento, livros não mais existiam e a televisão era usada para alienar a população através do espetáculo violento do esporte conhecido como Rolleball, uma mistura de hockey e roller derby. O remake de 2002, por sua vez, teve uma produção extremamente conturbada e disputas entre o diretor John McTiernan e os produtores acabaram levando à prisão de McTiernan. Antes de analisar o que faz o filme ser tão ruim, é inevitável falar sobre os bastidores e tudo que deu errado.

 

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Crítica – A Chamada

 

Análise Crítica – A Chamada

Review – A Chamada
Quando vi o trailer de A Chamada me pareceu ser mais um suspense estrelado pelo Liam Neeson completamente igual aos outros filmes do gênero que ele vem protagonizando na última década. Tendo visto o filme é lamentável que minhas impressões tenham se confirmado, com o filme meramente repetindo tudo que o ator já tem feito ultimamente, mas sem brilho e com um texto pouco convincente.

Na trama, Liam Neeson interpreta Matt (confesso que tive que olhar o nome do personagem no IMDb apesar de estar escrevendo esse texto apenas uma hora depois de ter assistido o filme, tão pouco memorável que é) um corretor de valores cujo trabalho é fisgar altos investidores e mantê-los investindo mesmo em cenários desfavoráveis. Um dia, ao levar os filhos para a escola, recebe uma ligação ameaçadora. O carro dele está com uma bomba, se qualquer pessoa tentar sair a bomba explode e se eles desobedecerem quem está do outro lado da linha também morrem.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Crítica – Gran Turismo: De Jogador a Corredor

 

Análise Crítica – Gran Turismo: De Jogador a Corredor

Review – Gran Turismo: De Jogador a Corredor
A ideia de um filme adaptando o game Gran Turismo soava confusa para mim, afinal o jogo não tinha exatamente uma história. Mais estranho foi ver o nome do diretor Neill Blomkamp (realizador de Distrito 9) no comando do projeto, já que ele está mais ligado a filmes de ficção científica. Talvez o fracasso do pavoroso Na Mente do Demônio (2021) o tenha direcionado a um projeto mais “de estúdio”, de todo modo, a maneira como o diretor conduz sua trama acaba fazendo a diferença no que é um história de esporte e superação bem básica em Gran Turismo: De Jogador a Corredor.

Como o game não tem narrativa, o filme se baseou na história real de Jann Mardenborough (Archie Madekwe), um jovem britânico que jogava Gran Turismo competitivamente e foi selecionado por um programa da Nissan para transformar gamers em pilotos. Jann é treinado por Jack Salter (David Harbour), o típico mentor experiente marcado por traumas do passado, e precisa se afirmar no mundo das corridas contra as dúvidas de todos ao seu redor.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Crítica – Besouro Azul

 

Análise Crítica – Besouro Azul

Review – Besouro Azul
O ano de 2023 não tem sido bom para a DC com os fracassos de Shazam: Fúria dos Deuses e The Flash. Fui assistir Besouro Azul sem esperar muita coisa e o resultado me deixou positivamente surpreso. Sim, é uma história de origem relativamente quadrada, mas que conquista pelo carisma de seus personagens. Sem mencionar que ao contrário de produções como Adão Negro (2022) ou o segundo filme do Shazam, a Warner entendeu que não dá para colocar orçamentos altíssimos em personagens que não são tão conhecidos e com modestos 105 milhões de orçamento, Besouro Azul tem chance de ser lucrativo.

A trama é centrada em Jaime Reyes (Xolo Maridueña, o Miguel de Cobra Kai) um jovem recém formado que retorna a sua cidade natal, Palmera City, na esperança de conseguir um bom emprego e ajudar sua família. Ele tenta trabalhar nas Indústrias Kord, a mais prestigiosa companhia da cidade, mas acaba se envolvendo em uma disputa entre Victoria Kord (Susan Sarandon), a atual presidente da empresa, e Jenny (Bruna Marquezine), filha do antigo CEO Ted Kord. Jaime acaba de posse de um escaravelho alienígena que se funde com seu corpo e lhe dá poderes especiais, mas isso o coloca na mira da implacável Victoria. Agora Jaime precisa da ajuda de Jenny e de sua família para compreender suas novas habilidades e dar um fim à ameaça.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Drops – O Rei dos Clones

Análise Crítica – O Rei dos Clones

 

Review – O Rei dos Clones
Produção da Netflix, o documentário O Rei dos Clones tenta acompanhar a trajetória do cientista coreano Hwang Woo-suk, pioneiro em técnicas de clonagem de vários animais cuja carreira naufragou depois que foi pego cometendo fraude de dados em um artigo científico. É uma produção bem quadrada em termos de como conta sua história, não indo muito além dos recursos já manjados de entrevistas e imagens de arquivo, além de eventuais reconstituições, que não fazem muito para manter nosso envolvimento.

O principal problema, no entanto, é que o filme não parece decidir que história quer contar, se quer falar do trabalho de Hwang e suas ações pouco éticas em nome de um suposto “bem maior” ou se quer documentar a história da clonagem enquanto técnica biomédica, instruir o espectador quanto ao funcionamento dessa ciência e do debate moral em torno do uso desse conhecimento. A trama vai e volta nesses dois fios narrativos, mas não encontra nada de muito interessante a dizer em nenhum deles, ficando na superfície das duas ideias.