sexta-feira, 28 de junho de 2024

Rapsódias Revisitadas – Kramer vs Kramer

 

Análise – Kramer vs Kramer

Review – Kramer vs Kramer
Lançado em 1979, Kramer vs Kramer é um drama que tenta discutir sobre os papéis sociais presumidos para homens e mulheres, em especial nas expectativas da sociedade a respeito do trabalho de homens e mulheres nos cuidados domésticos. A trama é focada no casal Ted (Dustin Hoffman) e Joanna Kramer (Meryl Streep). Ted é um publicitário em ascensão enquanto Joanna abriu mão da própria carreira para se dedicar a cuidar da casa e do filho do casal, Billy (Justin Henry). Infeliz no casamento, Joanna decide deixar Ted e o deixa com Billy. Ted precisa reestruturar toda sua vida para cuidar do filho sozinho, mas depois de um ano e meio Joanna volta e decide pedir a guarda do garoto. 

Ted é um pai e marido negligente, que não percebe a infelicidade da esposa e não dá a mínima para as necessidades do filho, jogando tudo nas costas de Joanna. Ele exemplifica a mentalidade de que cabe ao homem apenas prover para o lar e que basta isso para ser considerado um bom marido, algo ressaltado posteriormente pelas perguntas do advogado dele a Joanna durante a audiência de custódia. 

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Drops – A Mãe da Noiva

 

Análise – A Mãe da Noiva

Review – A Mãe da Noiva
Este A Mãe da Noiva é mais uma daquelas comédias românticas que segue a fórmula algorítmica da Netflix de juntar um elenco moderadamente famoso (nomes conhecidos, mas que não sejam tão caros) em uma locação paradisíaca (para dar ao público a impressão de que está vendo algo novo). Tudo embalado por uma trama tão quadrada e previsível que se você ver os primeiros vinte minutos e pular para os últimos vinte não vai perder nada da narrativa.

A história é centrada em Emma (Miranda Cosgrove, a eterna protagonista de iCarly), uma influencer que vai casar com o homem de seus sonhos em um resort paradisíaco na Tailândia com tudo pago por uma marca que a patrocina. O problema é que sua mãe, Lana (Brooke Shields), foi ex-namorada do pai de R.J (Sean Teale), o noivo de Emma. Lana considera Will (Benjamin Bratt) um cafajeste e teme pelo futuro da filha ao lado do genro.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Rapsódias Revisitadas – Velocidade Máxima

 

Crítica – Velocidade Máxima


Review – Velocidade Máxima
Eu perdi a conta de quantas vezes assisti Velocidade Máxima na Sessão da Tarde. Lançado em 1994, o filme foi responsável por sedimentar o status de estrela de ação de Keanu Reeves (que vinha do sucesso de Caçadores de Emoção e de uma performance criticada em Drácula de Bram Stoker) e também de Sandra Bullock, que tinha ganhado evidência no ano anterior ao estrelar O Demolidor ao lado de Sylvester Stallone e Wesley Snipes. É um filme marcado pelo tipo de cinema de ação feito na década de 90 com tudo de positivo e negativo que isso carrega. 

Na trama, o policial Jack Traven (Keanu Reeves) impede que um criminoso exploda bombas em um arranha-céu, com o suspeito aparentemente morrendo ao tentar fugir. Tempos depois ele e o parceiro, Harry (Jeff Daniels), recebem uma medalha pela ação. O problema é que o criminoso Howard (Dennis Hopper) não morreu e quer se vingar de Jack. Ele coloca uma bomba em um ônibus que irá se armar assim que o veículo chegar a 80 quilômetros por hora e irá explodir se o veículo ficar abaixo dessa velocidade. Jack localiza o ônibus e precisa mantê-lo em movimento até encontrar um meio de desarmar a bomba ou localizar o criminoso, contando com a ajuda da passageira Annie (Sandra Bullock) para guiar o ônibus depois que o motorista se fere.

terça-feira, 25 de junho de 2024

Crítica – Sweet Tooth: Terceira Temporada

 

Análise Crítica – Sweet Tooth: Terceira Temporada

Review – Sweet Tooth: Terceira Temporada
Depois de uma boa primeira temporada e uma segunda temporada morna, que se perdia em um ritmo arrastado e em vários núcleos de personagem, a terceira e última temporada de Sweet Tooth tenta corrigir os problemas do ano anterior e dar um final digno à série. É um esforço que em geral é bem sucedido.

A narrativa começa no ponto em que o ano anterior parou, com Gus (Christian Convery), Jepp (Nonso Anozie), Becky (Stefania LaVie Owen) e Wendy (Naledi Murray) tentando chegar ao Alasca para encontrar Birdie (Amy Seimetz), a mãe de Gus, e uma possível cura para o Flagelo que aflige a humanidade. Gus e seus amigos, no entanto, não são os únicos a buscarem a origem do Flagelo, já que Zhang (Rosalind Chao), a última líder de facção a sobreviver aos eventos da segunda temporada, busca a origem do vírus não apenas em busca da cura, mas também de um meio de eliminar os híbridos e fazer humanos voltarem a nascer.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Crítica – Destiny 2: A Forma Final

 

Análise Crítica – Destiny 2: A Forma Final

Review – Destiny 2: A Forma Final
Quando o primeiro Destiny foi lançado em 2014 a estrutura de game as servisse era uma novidade. A ideia de um game que contasse uma história contínua e que tudo fosse se transformando por conta disso parecia promissora. Joguei Destiny no lançamento e, como muitos, fiquei um pouco decepcionado com o quão vazio tudo era, com uma história ausente e pouco o que fazer depois de uma campanha cheia de missões repetitivas. Abandonei depois das duas primeiras expansões e não voltei mesmo quando a expansão The Taken King foi elogiada como algo que deixava o game mais perto da promessa inicial. Também não voltei quando Destiny 2 foi lançado ou quando ele se tornou free to play, mas sempre pegava as expansões que ficavam de graça na PS Plus, no caso de um dia querer voltar. 

Esse dia foi há uns meses atrás quando a expansão A Queda da Luz ficou gratuita para assinantes Plus no Playstation e a Bungie anunciou que todas as expansões estariam disponíveis até para quem não tinha em comemoração ao vindouro lançamento de A Forma Final, expansão que marcaria o clímax da narrativa iniciada no primeiro jogo dez anos atrás. Devorei o conteúdo disponível e me impressionei com o quanto Destiny 2 tinha mudado e correspondia ao que a Bungie tinha prometido lá em 2014. Depois de ficar imerso nesse universo mais uma vez, acabei decidindo por esperar A Forma Final para experimentar o desfecho do conflito entre luz e trevas. Devo dizer que a expansão não decepciona. 

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Rapsódias Revisitadas – Rio, Zona Norte

 

Crítica - Rio, Zona Norte

Rapsódias Revisitadas – Rio, Zona Norte
Dirigido por Nelson Pereira dos Santos, responsável por obras seminais do cinema brasileiro como Vidas Secas (1963), Rio, Zona Norte foi lançado em 1957. É uma narrativa sobre a vida na periferia do Rio de Janeiro, do samba que dela emerge e como esse samba é apropriado pela elite carioca, deixando à míngua os músicos do morro. 

O protagonista é Espírito da Luz (Grande Otelo), um sambista da periferia carioca que cai de um trem lotado saindo da Central do Brasil e machuca a cabeça. Enquanto ele agoniza, voltamos aos seus últimos meses, quando ele lutava para gravar seus sambas, mas tem suas músicas roubadas pelo parceiro Maurício (Jece Valadão). Ele também enfrenta problemas com o filho Lourival (Haroldo de Oliveira), que se envolve com uma gangue de criminosos.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Crítica – O Estranho

 

Análise Crítica – O Estranho

Review – O Estranho
As primeiras imagens de O Estranho se situam séculos atrás, mostrando a região de Guarulhos numa época anterior à ocupação urbana de hoje. As imagens como a natureza foi severamente modificada e como uma população indígena que existia ali provavelmente foi removida ou não existe mais. Essa tentativa de trazer o passado para o presente e pensar no que foi feito com os espaços e populações nativas é o cerne do filme. 

A trama gira em torno de Alê (Larissa Siqueira), uma mulher que trabalha no aeroporto de Guarulhos e lida com uma dupla ausência. De um lado trabalhar naquele local a faz pensar na história passada de sua família indígena que foi removida da região e de outro da filha, que desapareceu décadas atrás. Outra ausência iminente é a da namorada, Silvia (Patricia Saravy), que está para se mudar para um local mais longe, também se afastando de suas origens e do terreiro do qual faz parte. 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Crítica – Divertida Mente 2

 

Análise Crítica – Divertida Mente 2

Review – Divertida Mente 2
Eu adoro o primeiro Divertida Mente (2015) e como ele consegue transmitir, com um humor, sensibilidade e de uma maneira acessível a todas as idades a complexidade de lidar com as nossas emoções e como cada sentimento é importante para uma vida emocional saudável. Apesar de todos os méritos, temi que esse Divertida Mente 2 pudesse não estar à altura do original, principalmente no modo como a Disney vem fazendo continuação e remake de seus principais filmes um atrás do outro e forçando a Pixar a fazer o mesmo. Felizmente isso não acontece aqui e Divertida Mente 2 é tão emocionante, divertido e complexo quanto o primeiro filme.

A trama mostra a garota Riley agora com treze anos. Ela tem amigas na escola, ela é destaque no seu time de hockey e suas emoções aprenderam a trabalhar em harmonia. A passagem do tempo também tornou o funcionamento de sua mente mais complexo, com o surgimento de uma camada profunda na qual certas memórias formam convicções que se enraízam no senso de si da Riley. A Alegria se preocupa em só transformar em convicções as memórias que se conectam a um senso de si positivo de que Riley é uma boa pessoa, jogando para as margens da mente as memórias que ela acha negativas.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Crítica – Está Tudo Bem Comigo?

 

Análise Crítica – Está Tudo Bem Comigo?

Review – Está Tudo Bem Comigo?
Eu não tinha lá muitas expectativas para este Está Tudo Bem Comigo? Considerando que os últimos filmes que assisti protagonizados pela Dakota Johnson foram as bombas Persuasão (2022) e Madame Teia (2024). Esta comédia romântica dirigida pela comediante Tig Notaro e a esposa Stephanie Allyne, porém, me surpreendeu pela mistura agridoce com a qual desenvolve a jornada de autodescoberta e aceitação de sua protagonista.

Lucy (Dakota Johnson) e Jane (Sonoya Mizuno) são melhores amigas desde sempre. Quando Jane está prestes a casar e se mudar para a Inglaterra, Lucy começa a pensar no que vai fazer sem a melhor amiga e como, ao contrário de Jane, nunca teve sucesso em seus relacionamentos com homens. Aos poucos Lucy começa a se dar conta de que sempre sentiu atração por mulheres e que sente algo pela colega de trabalho Brittany (Kiersey Clemons), mas tem dificuldade de aceitar isso e embarcar nesses sentimentos, temendo ser tarde demais para dar uma guinada na vida ou ser julgada pelos outros por não saber o que quer.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Lixo Extraordinário – Estrada da Morte

 

Crítica - Estrada da Morte

Review - Zyzzyx Rd
Lançado em 2006, o suspense Estrada da Morte entrou para a história do cinema hollywoodiano como a bilheteria mais baixa da indústria, tendo arrecadado apenas trinta dólares na única semana em que ficou em cartaz. Essa manchete atraiu atenção para o filme, despertando a curiosidade de muitos em saber como isso aconteceu e se a produção era realmente tão ruim.

O fracasso

Considerando o preço do ingresso na época, o que foi arrecadado na bilheteria corresponde a seis pessoas indo assistir ao filme, sendo que duas delas, segundo uma reportagem da Entertainment Weekly, foram de pessoas que trabalharam na produção, especificamente uma maquiadora que foi assistir com um amigo. Estrada da Morte ficou em cartaz apenas uma semana em um único cinema de Dallas, no Texas, com uma sessão por dia. A exibição restrita foi proposital para cumprir uma resolução do SAG (o sindicato dos atores), que permite filmes de baixíssimo orçamento, como foi o caso de Estrada da Morte, de pagarem cachês aos atores abaixo de determinados pisos estipulados pela entidade, em contrapartida o sindicato obriga que o filme seja exibido nos cinemas dos EUA.