segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Crítica – Encontro com o Ditador

 

Análise Crítica – Encontro com o Ditador

Review – Encontro com o Ditador
O diretor cambojano Rithy Pahn, responsável pelo excelente A Imagem que Falta (2013), volta a tratar do período em que o Camboja esteve sob domínio do Khmer Vermelho neste Encontro com o Ditador, que se baseia levemente em uma história real de três jornalistas que foram ao Camboja entrevistar o ditador Pol Pot.

Jornalismo e poder

A narrativa é inspirada em um livro da jornalista de guerra Elizabeth Becker no qual ela narra suas experiências no Camboja e acompanha três fictícios jornalistas franceses que se baseiam em Becker e sua equipe. Lisa Delbo (Irene Jacob) é uma jornalista experiente que conhece o pensamento comunista revolucionário e sonda seus entrevistados com cuidado ao perceber as maneiras com as quais o regime de Pot contorce essas ideias para seus próprios fins. Alain (Gregóire Colin) é um comunista convicto, bastante familiar com o Camboja e que troca correspondência diretamente com Pol Pot e demonstra uma certa deferência para o grupo de seguranças armados que os acompanha durante a viagem e controla tudo que eles veem. O terceiro membro do grupo é o fotógrafo Paul (Cyril Guei), cuja obstinação jornalística em busca da verdade o faz constantemente correr riscos ao tentar escapar do controle de sua entourage estatal para tentar observar o que há por trás desse discurso.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Crítica – Nosferatu

 

Análise Crítica – Nosferatu

Review – Nosferatu
Considerado um dos primeiros filmes de horror, Nosferatu (1922) segue impactante mesmo hoje, mais de cem anos depois de seu lançamento. Essa releitura do romance Drácula, escrito por Bram Stoker, já tinha recebido um remake, dirigido pelo também alemão Werner Herzog em Nosferatu: O Vampiro da Noite (1979). Agora, o vampiro imortalizado nos cinemas por atores como Max Schreck e Klaus Kinski retorna nas mãos do diretor Robert Eggers (de A Bruxa e O Farol), que traz sua construção cuidadosa de atmosfera para essa história.

A sombra do vampiro

A trama se passa na Alemanha do século XIX. O recém-casado Thomas Hutter (Nicholas Hoult) almeja uma promoção e, para isso, aceita a tarefa de ir até a Transilvânia levar documentos para uma propriedade alemã que o misterioso conde Orlok (Bill Skarsgard). Lá Thomas encontra um mal ancestral que fixa sua mira em Ellen (Lily Rose-Depp) e chega na Alemanha levando uma praga de ratos que ameaça toda a cidade.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Crítica – Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa

 

Análise Crítica – Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa

Review – Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa
Depois de dois filmes (Turma da Mônica: Laços e Turma da Mônica: Lições) e duas séries (Turma da Mônica: A Série e Turma da Mônica: Origens) da turminha da Rua do Limoeiro, agora é a vez do Chico Bento receber tratamento live action neste Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa.

A vida na roça

A trama acompanha Chico Bento (Isaac Amendoim) e seus amigos da Vila Abobrinha enquanto eles tentam impedir que um empresário local derrube a goiabeira do Nhô Lau (Luis Lobianco) para construir uma estrada. É uma trama simples que foca mais no lado de uma aventura pueril e na comédia do que no desenvolvimento emocional presente nos filmes da Turma da Mônica.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Rapsódias Revisitadas – Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho

 

Resenha – Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho

Review – Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho
Lançado em 1964 como um especial televisivo, a animação Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho faz parte de um ciclo de produções natalinas em stop-motion produzidas pela Videocraft como Frosty: O Boneco de Neve (1969) ou Verdadeira História de Papai Noel (1970). Todas elas são produções infantis que recorrem a números musicais para contar suas histórias.

Aceitando as diferenças

A narrativa é baseada em uma canção natalina lançada em 1949, que, por sua vez, se baseava em um poema escrito dez anos antes. Ela é protagonizada por Rudolph, uma rena que nasce com um nariz vermelho brilhante e é alvo de zombaria de todos, incluindo seu pai, por conta de sua aparência diferente. Isolado, Rudolph conhece um elfo que deixou a oficina de Papai Noel para buscar o sonho de ser dentista e ambos vão parar na ilha dos brinquedos rejeitados, um lugar onde vivem os brinquedos que ninguém quer. Lá, Rudolph se compromete a voltar à oficina do Papai Noel e convencê-lo a encontrar um lar para esses brinquedos.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Drops – Passagrana

 

Crítica – Passagrana

Review – Passagrana
Ao acompanhar um grupo de malandros que tenta um assalto mirabolante, Passagrana funciona como uma versão brasileira de Onze Homens e Um Segredo. A trama é protagonizada pelo quarteto Zóinhu (Wesley Guimarães), Linguinha (Juan Queiroz), Mãodeló (Elzio Vieira) e Alãodelom (Wenry Bueno). Eles vivem de pequenos esquemas até que resolvem partir para um golpe mais ousado e roubam o carregamento de dois caminhões. O que eles não sabiam é que o carregamento pertencia ao policial corrupto Britto (Caco Ciocler), que os ameaça a cobrir seu prejuízo. Agora eles resolvem roubar um banco para devolver o dinheiro.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Crítica – Venom: A Última Rodada

 

Análise Crítica – Venom: A Última Rodada

Review – Venom: A Última Rodada
O primeiro Venom (2018) foi bem fraquinho. A continuação, Venom: Tempo de Carnificina (2021) conseguiu ser pior ao desperdiçar a rivalidade entre Eddie Brock e Cletus Kasady em um conflito inane. Aos tropeços essa franquia conseguiu virar uma trilogia que aqui, com Venom: A Última Rodada, encerra a história com seu protagonista com um miado ao invés de um rugido, entregando o pior dos três filmes.

Inimigos do abismo

Depois de levar Eddie Brock (Tom Hardy) ao universo Marvel no final do segundo filme, este terceiro joga Brock de volta no agora defunto universo de vilões da Sony sem fazer nada com o gancho deixado no filme anterior. De volta ao seu mundo Brock se vê acusado pelos assassinatos cometidos por Cletus/Carnificina (Woody Harrelson) no anterior. Ele decide limpar seu nome, mas no caminho é atacado por criaturas enviadas por Knull (Andy Serkis) que quer arrancar de Venom e Eddie o Codex que eles carregam em si e é a chave para Knull fugir de sua prisão no vácuo.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Drops – Os Quebra-Nozes

 

Análise Drops – Os Quebra-Nozes

Review – Os Quebra-Nozes
Depois da recepção negativa de sua tentativa de continuar o universo de O Exorcista, o diretor David Gordon Green retorna a comédia com o natalino Os Quebra-Nozes. Mike (Ben Stiller) é um corretor de imóveis que precisa ir a uma pequena cidade no interior depois do falecimento de sua irmã e cunhado. Ele não tem qualquer interesse em ficar com a guarda dos quatro sobrinhos e tenta deixá-los com uma assistente social para que ela consiga uma família adotiva. O problema é que as crianças são extremamente travessas e ninguém quer ficar com elas. A contragosto, Mike fica na cidade enquanto tenta encontrar uma nova família para os sobrinhos.

Natal em família

Obviamente esse corretor que só pensa em trabalho e ganhar dinheiro irá se conectar com os sobrinhos e aprender a importância da família. Tudo é relativamente previsível, seguindo exatamente aquilo que se espera de uma película natalina. As quatro crianças que interpretam os sobrinhos de Mike, todas irmãs na vida real, tem uma boa química juntas e divertem com seus esquemas caóticos ou as situações inesperadas nas quais colocam o tio.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Crítica – O Auto da Compadecida 2

 

Análise Crítica – O Auto da Compadecida 2

Review – O Auto da Compadecida 2
Já faz alguns anos que Hollywood vem fazendo continuações tardias de sucessos de décadas atrás. Produções que em muitos casos se resumem a um apelo a nostalgia passada, sem oferecer muito mais que isso. Agora parece que o cinema brasileiro se atentou para o potencial comercial desse tipo de continuação tardia, com O Auto da Compadecida 2 sendo o primeiro de um ciclo que já anunciou produções como Deus é Brasileiro 2 e um segundo filme da Bruna Surfistinha.

De volta ao sertão

Se passando vários anos depois do original, a narrativa tem João Grilo (Matheus Nachtergaele) voltando para Taperoá e reencontrando Chicó (Selton Mello), que transformou sua história de morte e ressurreição em uma lenda e João Grilo se tornou uma figura amada no local. Isso coloca a dupla na mira dos dois candidatos a prefeito da cidade, o coronel Ernani (Humberto Martins) e o empresário Arlindo (Eduardo Sterblich). João Grilo precisa então usar a sua esperteza para engambelar os dois e sair ileso.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Crítica – Ainda Estou Aqui

 

Análise Crítica – Ainda Estou Aqui

Review – Ainda Estou Aqui
O cinema brasileiro já produziu vários filmes sobre o período da ditadura militar, um período que nunca passamos realmente a limpo e cujas consequências da impunidade em relação aos envolvidos continua a impactar o presente do país. Ainda assim não esperava me impactar tanto por Ainda Estou Aqui do jeito que me impactei, principalmente pelo modo como o filme constrói a jornada de sua protagonista sem didatismos, sem discursos fáceis. A dureza dos seus dias e seus esforços para seguir adiante são o suficiente para comunicar a brutalidade daqueles tempos.

Luzes e sombras

A trama acompanha Eunice Paiva (Fernanda Torres), esposa do ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello). Quando Rubens é levado por homens do governo, Eunice busca descobrir o que aconteceu com o marido enquanto tenta manter sua casa funcionando e os cinco filhos em segurança.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Crítica – Power Rangers: Rita’s Rewind

 

Análise Crítica – Power Rangers: Rita’s Rewind

Review – Power Rangers: Rita’s Rewind
Já tem algum tempo que falo que estamos vivendo uma renascença de beat’em ups. Tivemos Streets of Rage 4, TMNT: Shredder’s Revenge, Double Dragon Gaiden: Rise of the Dragons e agora temos um novo game dos Power Rangers com este Power Rangers: Rita’s Rewind. Faz tempo que os heróis coloridos não estão aproveitando seu potencial nos games, com o último sendo o jogo de luta Power Rangers: Battle for the Grid em 2019, que deixou a desejar no lançamento, mas com o tempo e atualizações acabou melhorando. Rita’s Rewind é bacana, ainda que tenha alguns elementos problemáticos.

Hora de morfar!

A trama pega elementos do recente Power Rangers: Once and Always com a Robo Rita voltando dos dias atuais para passado na década de noventa na tentativa de juntar forças com a Rita Repulsa da época e derrotar os Power Rangers ainda jovens. Com o deslocamento temporal, Robo Rita traz inimigos e monstros que os Rangers da primeira temporada da série ainda não estavam prontos para enfrentar.