No documentário
O Apocalipse de um Cineasta (1991), que narra
a produção atribulada de
Apocalypse Now (1979),
há uma cena em que o cineasta Francis Ford Coppola diz que a pior coisa que um
filme pode ser é pretensioso, ter altas pretensões para si e não alcançar esse
patamar alto que o cineasta imaginou. Pensei muito nessa fala enquanto assistia
a
O Brutalista, novo filme de Brady
Corbet (de
A Infância de um Líder e
Vox Lux: O Preço da Fama), já que é um
filme que estabelece pretensões altíssimas para si, mas o resultado é bem menos
complexo ou esperto do que o filme pensa ser, algo que já acontecia em seus dois trabalhos anteriores.
Grandeza nos pequenos começos
A narrativa é centrada em Laszlo
Toth (Adrien Brody), arquiteto húngaro que chega aos Estados Unidos no final da
década de 1940. De início Laszlo vai morar com o primo Attila (Alessandro Nivola),
trabalhando em sua empresa de móveis, mas logo o trabalho do arquiteto desperta
a atenção do ricaço Lee Van Buren (Guy Pearce), que decide contratar Laszlo
para desenhar um prédio que ele fará em homenagem a sua falecida mãe. É uma
obra nababesca que irá mudar a paisagem da cidade e Laszlo aceita o desafio. O
problema é que Van Buren é um homem melindroso, que muda de opinião e vontade
frequentemente, obrigando o protagonista a navegar pelos humores de seu
patrono.